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Indústria 4.0 precisa estar integrada à estratégia e gerar valor à empresa

Representantes da Accenture, General Motors, BRF e Instituto SENAI de Inovação participaram do Fórum Radar, evento promovido pela FIESC, nestes dias 9 e 10 de novembro

Acesse a cobertura fotográfica completa no Flickr da FIESC.
 

Florianópolis, 09.11.2021 - O conceito de indústria 4.0 não se limita à adoção pontual de tecnologia, mesmo a mais avançada. Há um consenso entre os executivos José Rizzo Hahn (da Accenture), Marcelo Ataide (General Motors), Cicero Suzin (BRF) e Paulo Vieira Violada (Instituto SENAI de Inovação) de que a transformação só faz sentido se estiver integrada à estratégia e gerar valor à indústria. Eles participaram do painel Indústria 4.0, no Fórum Radar Reinvenção, da FIESC, nesta quarta-feira, dia 10.

Rizzo, que é managing director da Accenture - Strategy & Consulting – Industry e presidente da Associação Brasileira de Internet Industrial (ABII), destacou que a indústria 4.0 pressupõe uma "manufatura conectada, flexível, rápida e econômica”. Para ele, os investimentos em tecnologia devem ser feitos para a melhoria da eficiência, mas serão apenas pontuais se não estiverem integrados à estratégia da empresa. “Isso não é transformação. Não é indústria 4.0 na sua plenitude”, disse. 

Ele citou previsão da Universidade de Washington de que 40% das 500 maiores empresas americanas vão desaparecer nos próximos 10 anos. “São empresas com pelo menos 5 bilhões de dólares de faturamento anual, mas seus produtos não vão mais fazer sentido”, destacou. Segundo Rizzo, o fenômeno já vem ocorrendo, mas em menor velocidade. Ele lembrou de casos como o da Blockbuster, que liderava o extinto mercado de locação de vídeos, substituído pelos serviços de streaming. “Muitas empresas não conseguem enxergar as mudanças que ocorrem”, concluiu. Rizzo disse ainda que a tecnologia 5G vai trazer mudanças que ainda não podem ser previstas, assim como o 4G possibilitou a geração de serviços – como entrega de alimentos – que não eram possíveis com o 3G.

O diretor da unidade da GM em Joinville, Marcelo Ataíde, falou sobre o desenvolvimento da fábrica inteligente. “A base da manufatura 4.0 é o treinamento das pessoas, o mindset dessa transformação do profissional, para ele estar pronto para interagir com a planta”, disse. “Os times de operações de engenharia de manufatura e TI nunca estiveram tão integrados, porque em cada mudança, em cada projeto e até na velocidade do lançamento, se demorar para atualizar a fábrica, a tecnologia prevista está ultrapassada”, destacou. O executivo da GM também fez uma demonstração do robô snake, desenvolvido pela empresa em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura.

Cicero Suzin, diretor de engenharia – CIEX, da BRF, explicou a complexidade da cadeia produtiva de proteína animal, que envolve fornecimento de grãos, fabricação de ração, criação de animais pelos por suinocultores e avicultores  integrados, abate e fabricação dos produtos acabados – com toda a cadeia dependendo intensivamente de aspectos relacionados ao desenvolvimento genético, planejamento de produção em longo prazo, segurança alimentar e transporte e logística. O executivo explicou que a BRF planeja triplicar seu faturamento em 10 anos, chegando a R$ 100 bilhões por ano, o que vai exigir investimentos de R$ 55 bilhões nessa década. “Digitalizamos todos os nossos processos, incluindo a rastreabilidade, já que estamos falando de food safety, que é um item hiper importante em nossa cadeia. Estamos falando de uma interação em tempo real dentro de uma fábrica, um sítio de 300 mil, 400 mil metros quadrados, no qual a variabilidade em cada etapa do processo pode causar uma ruptura e impactos na eficiência produtiva”, disse. 

Paulo Violada, que é pesquisador-chefe do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados e moderou o painel, salientou que o conceito de indústria 4.0 é o principal fundamento dos projetos de pesquisa aplicada dos institutos SENAI de Inovação. “Buscamos ajudar a indústria a ser mais informada, proporcionando visibilidade da operação e informação em tempo real para auxílio à tomada de decisão. Também queremos fomentar uma indústria mais integrada, do chão de fábrica com o sistema de negócios e na cadeia horizontal, envolvendo fornecedores e clientes às operações industriais”, afirmou. “Trabalhamos para que a indústria catarinense e brasileira seja cada vez mais inteligente, autogerenciável, flexível e mais segura”, complementou.

 

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência Executiva de Comunicação Institucional e Relações Públicas - GECOR

 

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