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Conectando Indústria, Academia e Forças Armadas: Impulsionando o Setor de Defesa em Santa CatarinaConectando Indústria, Academia e Forças Armadas: Impulsionando o Setor de Defesa em Santa Catarina

Tecnologias duais: a conexão entre o civil e o militar

Entenda como as tecnologias desenvolvidas para fins militares estão transformando o setor civil e vice-versa, impulsionando inovação e colaboração entre diferentes setores
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As tecnologias duais representam uma interseção fascinante entre os mundos civil e militar. Surgido no pós-Guerra Fria, esse conceito busca assegurar a sobrevivência econômica das indústrias de defesa, incentivando sua entrada no mercado civil. Hoje, os Estados Unidos lideram os investimentos em pesquisa e desenvolvimento na área de defesa, com uma parcela significativa voltada para o uso dual dessas tecnologias. Neste artigo, exploraremos como essas inovações transcendem suas origens e moldam diferentes aspectos da sociedade moderna.

O conceito de tecnologias duais

As tecnologias duais são aquelas usadas tanto no meio civil quanto no militar. É um conceito que surgiu no pós-Guerra Fria com objetivos de estimular a sobrevivência econômica das indústrias de defesa, que viram a demanda por seus produtos reduzida, assim o governo estadunidense estimulou a entrada dessas empresas no mercado civil.

Atualmente os Estados Unidos é o país que mais investe em pesquisa e desenvolvimento e na área de defesa em geral, foram 905,5 bilhões de dólares em 2023 (3,4% do PIB), o direcionamento para o financiamento de projetos na área é seu emprego dual.

Spill Over e Spill In

Dois termos frequentemente utilizados nesse contexto são "spill over" e "spill in". O "spill over" ocorre quando uma tecnologia surge no meio militar e transborda para o civil. Um exemplo notável é a internet, que nasceu durante a Guerra Fria como uma rede de comunicação descentralizada para resistir a ataques nucleares e garantir a segurança nas comunicações militares, mas posteriormente foi difundida globalmente para uso civil.

O "spill in", por outro lado, acontece quando um produto empregado no meio civil é adaptado para fins militares. Um exemplo disso são as embarcações marítimas, que, após adaptações, são utilizadas no meio militar.

Tecnologias duais no Brasil

No Brasil, a Estratégia Nacional de Defesa (END) dispõe o objetivo de desenvolvimento de um complexo militar universitário-empresarial gerador de tecnologias que terão quase sempre utilidade dual, militar e civil. Essas diretrizes também são encontradas na Política de Defesa Nacional (PDN) e no Livro Branco de Defesa.

Na área naval os exemplos são inúmeros, a cooperação da Marinha do Brasil para produzir embarcações abrange os estaleiros do país, que produzem embarcações para lazer, de luxo, além das de emprego militares e de segurança pública. Na área aeroespacial, os satélites utilizados para as comunicações, meteorologia e controle de tráfego aéreo também são exemplos de tecnologias duais, pois muitos são utilizados nos projetos de vigilância, monitoramento e sistemas de comando e controle das Forças Armadas. Na aeronáutica, destaca-se a Embraer, que evoluiu de produtora de aviões executivos para desenvolvedora das principais aeronaves militares brasileiras reconhecidas mundialmente.

Outros exemplos observados na indústria catarinense são a adaptação de equipamentos odontológicos para o transporte e uso pelo Exército Brasileiro; as mochilas, botas e uniformes para os efeitos das Forças; macacos hidráulicos para os blindados; embarcações para a Polícia Ambiental; equipamentos de informática e softwares para as forças de segurança; artigos médicos, como torniquetes e macas; motores elétricos; entre muitos outros.

A importância da colaboração

Para a adaptação das tecnologias militares para o meio civil, vice-versa, é benéfico a existência de uma interação entre as Forças, a indústria, institutos de pesquisa e a academia. Compreender as demandas das Forças, as capacidades das indústrias, e o potencial de inovação e pesquisa e desenvolvimento possibilita o transbordamento de produtos, tecnologias, serviços e sistemas.

Participar do Condefesa – FIESC possibilita essa interação e o desenvolvimento de cooperações para o desenvolvimento da indústria catarinense e dos equipamentos militares.

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