Florianópolis, 20.4.2023 - A primeira fase da chamada bilateral Brasil-Alemanha para desenvolver tecnologias destinadas à produção de hidrogênio verde foi lançada, nesta semana pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e pela Federação Alemã de Associações de Pesquisa Industrial (AIF). O montante total de financiamento será de aproximadamente R$ 21 milhões. O Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, de Florianópolis, participa da execução dos projetos, em parceria com as empresas interessadas. O anúncio foi feito no espaço road show da Confederação Nacional da Indústria (CNI) na Feira de Hannover, na Alemanha.
Interessados já podem enviar propostas pela Plataforma Inovação para a Indústria, na categoria missão industrial. Até dez propostas serão selecionadas envolvendo Pequenas e Médias Empresas (PMEs), startups e organizações de pesquisa e tecnologia nos dois países.
Os projetos selecionados passarão para a fase seguinte, prevista para ser iniciada em julho de 2023, com prazo final em setembro de 2023. As propostas escolhidas terão duração de 12 a 36 meses e deverão começar já no início de 2024. A coordenação será feita pelo Instituto SENAI de Inovação em Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs), do SENAI de Pernambuco.
A missão aproximará centros de pesquisa e inovação dos dois países em torno do desafio da transição energética, a partir de projetos que estejam mais alinhados às características e necessidades brasileiras.
Cenário para inovações, soluções e projetos bilaterais
O lançamento da primeira fase da chamada ocorre um mês após a assinatura do acordo bilateral formalizado durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha (EEBA), em Belo Horizonte (MG).
Os projetos serão executados no Brasil e na Alemanha. As aplicações se concentrarão em polos de desenvolvimento tecnológico no Brasil, como o TECH HUB do Porto de Suape (Pernambuco), o Parque SENAI CIMATEC (Bahia) e o Centro Verde de Hidrogênio em Balbina (Amazonas). O objetivo é conectar projetos de transição energética em andamento, para aceleração de rotas tecnológicas e conexão com empresas produtoras e offtakers (consumidores) de hidrogênio verde.
Na avaliação do CEO para Inovação da AIF, Jan-Frederik Kremer, a missão industrial será responsável por uma base perfeita para novas inovações, soluções e projetos bilaterais. “A missão fortalecerá ainda mais os laços e a amizade entre os ecossistemas de inovação do Brasil e da Alemanha, empresas e instituições. O que constituirá uma base perfeita para novas inovações, soluções e projetos bilaterais”, destaca Kremer.
Na Alemanha, indústria brasileira apresenta inovações na agenda de baixo carbono
A indústria brasileira está na Hannover Messe, a maior feira de tecnologia industrial do mundo, mostrando o seu protagonismo na agenda global de descarbonização, na transição energética e na bioeconomia. De 16 a 21 de abril, entidades e empresas industriais exibem, na Alemanha, projetos e iniciativas a um público que reúne governos, companhias líderes em inovação tecnológica e instituições financeiras internacionais. Ao todo, são esperados mais de 80 mil visitantes e mais de 4 mil expositores durante o evento.
A delegação brasileira conta com mais de 150 representantes de indústrias e entidades e mais 100 empresas do setor, de 19 unidades da Federação, em missão organizada pela CNI, pelo SENAI e pelo Serviço Social da Indústria (SESI).
O hidrogênio e a agenda de baixo carbono da indústria
A agenda climática é uma grande oportunidade para o Brasil. O país pode liderar o processo de descarbonização da economia mundial, aproveitando a disponibilidade de recursos naturais e fontes de energia limpa e investindo em novas tecnologias de grande potencial, como o hidrogênio verde, com potencial para se inserir de forma competitiva nesse mercado, tanto pela disponibilidade de recursos renováveis necessários para produção, como pelas possibilidades de uso interno e exportação.
Produzido a partir da eletricidade gerada por fontes de energia limpas e renováveis, o hidrogênio verde é considerado fundamental para o processo de descarbonização no setor industrial e para o cumprimento das metas do Acordo de Paris. Ao longo dos próximos anos, o objetivo é trocar o hidrogênio produzido a partir de fontes fósseis pelo hidrogênio verde, que não emite carbono.
Relação Brasil-Alemanha vai além do comércio de bens
Os benefícios econômicos de uma relação de longa data entre ambas as economias tornaram a Alemanha o quarto principal parceiro comercial brasileiro, e o Brasil, o principal parceiro alemão na América do Sul. Em 2022, o comércio bilateral de bens entre os países atingiu US$ 19,1 bilhões – o maior recorde desde 2014 – e em 2021 o comércio bilateral em serviços totalizou US$ 1,78 bilhões, enquanto os estoques de investimento estrangeiro representaram US$ 14,5 bilhões.
O relacionamento econômico entre o Brasil e a Alemanha ultrapassa a linha de comércio de bens. Além das operações de importações e exportações, a parceria rendeu frutos como os Institutos SENAI de Inovação (ISIs), que foram inspirados pela maior organização de pesquisa aplicada da Europa, a Sociedade Fraunhofer, da Alemanha, e hoje contam com apoio de especialistas alemães para ajudar a indústria a inovar e ser mais competitiva.
Com informações do Portal da Indústria
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência Executiva de Comunicação Institucional e Relações Públicas - GECOR