Florianópolis, 01.11.24 - Os índices de desemprego em níveis extremamente baixos divulgados na semana passada - os menores de 2014 - estão entre os fatores domésticos que justificam uma possível aceleração no ritmo de alta da taxa de juros. A avaliação é do economista-chefe da Federação das Indústrias de SC (FIESC), Pablo Bittencourt. Ouça a análise.
A expectativa dele é que o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decida aumentar a Selic em 0,5 ponto percentual na reunião dos dias 5 e 6 de novembro. Os dados da produção industrial divulgados na sexta-feira (1º) mostraram uma economia aquecida (1,1% de crescimento), inclusive nos segmentos que dependem fortemente da taxa de juros e corroboram a perspectiva de um ritmo mais acelerado de alta.
Aliados aos motivos do cenário doméstico, Bittencourt destaca ainda que os dados sobre a geração de emprego nos EUA vieram abaixo do esperado, o que deve manter a expectativa de corte de juros por lá e reforçam a projeção de queda contínua ao longo do primeiro semestre de 2025.
Além da reunião do Copom, atrai a atenção do mercado a possibilidade de o governo federal lançar um pacote de redução de gastos de cerca de R$ 30 bilhões. Num momento em que algumas regiões do País vivem uma situação de pleno emprego - Santa Catarina entre elas -, gastos com seguro desemprego crescentes também pressionam as contas públicas.
A questão, segundo o economista, é o formato que o governo vai escolher para tratar a questão. Maior problema do Brasil hoje, o equilíbrio fiscal tem dois principais gargalos: a vinculação das despesas previdenciárias com o aumento do salário mínimo e o indexador dos gastos em saúde e educação, os limites mínimos constitucionais.
Bittencourt afirmou que não acredita que o atual governo faça mudanças na vinculação das despesas com aposentadorias e pensões. Mas destacou que alterações no mínimo constitucional são mais prováveis.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
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