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Indicadores mostram continuidade do ciclo de expansão econômica

Inflação traz bons resultados no Brasil, com desaceleração; Apesar da queda da atividade industrial em fevereiro, setores de bens de consumo duráveis e bens de capital seguem em recuperação; Economista-chefe da FIESC explica o cenário

Confira a análise completa no áudio.
 

Florianópolis, 05.04.2024 - A atividade econômica brasileira segue em recuperação, a despeito do resultado negativo da produção industrial de 0,3% em fevereiro medida pelo IBGE. A análise é do economista-chefe da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Pablo Bittencourt. 

Um olhar mais minucioso sobre os dados aponta que os setores de bens de consumo duráveis e bens de capital continuam num processo cíclico de recuperação, dentro da expectativa. Para o economista, essa percepção é corroborada pelo movimento observado nos PMIs (índice dos gerentes de compras) industrial (53,9) e de serviços de (54,8) acima de 50 pontos, indicando expansão em março. 

“A queda na produção industrial refletiu o desempenho negativo de setores como a indústria extrativa (-0,9%) e de alguns bens intermediários, como o setor químico, que caiu 3,5%, além do segmento de metalurgia, que também recuou”, explicou Bittencourt.

Como pontos positivos na análise, o economista da FIESC destacou ainda a desaceleração observada nos índices recentes de inflação ao consumidor no Brasil, refletindo numa menor pressão sobre a taxa básica de juros. Em março, a inflação medida pelo IGP-DI apresentou queda de 0,3%. “O componente de preços ao consumidor desse índice veio bem comportado, com boa desaceleração em relação ao mês de fevereiro”, explicou. Bittencourt destacou ainda a desaceleração do IPC-FIPE, que passou de 0,46% em fevereiro para 0,26% em março, ficando abaixo das expectativas de mercado.

De olho nos EUA 

A divulgação dos dados de empregos não agrícolas gerados nos Estados Unidos em março, com 303 mil novas vagas, veio bem acima das expectativas. Isso representa uma má notícia para o Brasil, porque acaba postergando uma eventual queda dos juros por lá. O reflexo da manutenção da taxa de juros nos EUA aqui no Brasil ocorre no câmbio, retardando a valorização do real frente ao dólar.

“O real está numa posição intermediária no ano em relação aos demais países em desenvolvimento, com cerca de 2,7% de desvalorização. A desvalorização do peso chileno chegou a 9,77%, um reflexo da aceleração da queda dos juros naquele país. O Baht Tailandes perdeu 6,99% frente ao dólar, enquanto o Won Sul Coreano desvalorizou-se 4,63%”, informou.

 

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