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Impactos das mudanças climáticas no setor produtivo de Santa Catarina

Por José Lourival Magri, presidente da Câmara de Meio Ambiente e Sustentabilidade da FIESC.

A concentração de gases de efeito estufa (GEE), emitidos por fenômenos naturais e atividades antrópicas, no período pré-industrial (1900), era da ordem de 300 ppm (partes por milhão). A crescente utilização de combustíveis fósseis fez com que a concentração subisse exponencialmente, atingindo 411 ppm em 2019. A situação foi agravada por desmatamentos, incêndios florestais, decomposição de matéria orgânica, produção de animais, geração de resíduos e outras causas, o que vem acelerando as mudanças climáticas, com rebatimentos em eventos extremos como aquecimento, secas, enchentes e vendavais.

Em 2015 na COP 21, em Paris, 195 países acordaram implementar ações para reduzir as emissões de GEE de forma que a elevação da temperatura do planeta permaneça abaixo dos 2°C, tendo uma meta ideal de 1,5°C, quando comparada com a temperatura média do período pré-industrial. Isso permitirá que os efeitos do aquecimento não causem impactos incompatíveis com a sobrevivência no planeta.

A temperatura já subiu 1,2°C, o que vem causando alterações nos eventos climáticos em intensidade e frequência. O Sul do Brasil, em especial Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estão na rota dos eventos extremos. Os fenômenos El Niño e La Niña, ocorrências naturais causadas pelo aquecimento e resfriamento das águas do Pacífico, respectivamente, estão cada vez mais intensos. O El Niño traz chuvas para o Sul e seca para o Norte e Nordeste, enquanto a La Niña faz o contrário. Segundo os meteorologistas, estamos saindo do El Niño e entrando na La Niña, e poderemos ter ainda neste ano períodos de seca no Sul e chuvas no Norte e Nordeste.

Os setores mais impactados são: Agropecuária – produtividade e viabilidade das culturas e criação de animais afetadas; Agroindústria – chuvas em excesso e estresse hídrico podem impactar a cadeia de suprimentos e os custos da produção; Pesca – habitats marinhos podem ser destruídos ou tornados menos produtivos.

A Agenda da Água, recém-lançada pela FIESC, traz dados dos impactos em Santa Catarina. Em 2022, as secas fizeram com que 125 cidades (42% dos municípios do Estado) decretassem situação de emergência, gerando prejuízos de R$ 3,7 bilhões na agricultura. As enchentes causaram perdas de R$ 32 bilhões nos últimos 30 anos, sendo que somente na indústria os prejuízos chegaram a R$ 2,6 bilhões. Há também rebatimentos na logística do Estado, em especial nas estradas, e nos anos 2022-2024, de acordo com o DNIT, foram gastos cerca de R$ 437 milhões em manutenções emergenciais.

Diversos setores vêm contribuindo para a implementação de políticas para mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Destaco a FIESC com o Plano de Sustentabilidade, a Agenda da Água, o Hub de Descarbonização, Fomento à Economia Circular e Eficiência Energética, dentre outros, que são programas e projetos que visam minimizar os impactos de eventos climáticos e aumentar a competitividade da indústria rumo à economia de baixo carbono.

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