Florianópolis, 21.11.2024 – A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) promoveu nesta quinta (21), em Florianópolis, a quinta edição do Fórum Radar em 2024. O tema foi Associativismo e Competitividade. Abaixo, confira destaques dos sete painéis e palestras do evento.
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ABERTURA
O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, elogiou o “espírito associativista em Santa Catarina”, classificando-o como "muito forte", e destacou que 142 sindicatos da indústria são associados à FIESC, recorde entre as federações no país. Ele também elogiou a competitividade da indústria catarinense, mas ponderou.
“Nossa indústria é competitiva, mas temos problemas a serem resolvidos. Um dos grandes problemas que temos são os gargalos logísticos.”
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PALESTRA CUSTO BRASIL
O Custo Brasil, medido pelo mais recente estudo da FGV, de 2021, equivale a 19,5% do PIB. O número é melhor que os 22% do PIB da medição anterior, de 2019. Na avaliação de Rogério Caiuby, conselheiro do Movimento Brasil Competitivo, o país precisa agilizar políticas públicas e iniciativas para atacar cinco elementos que corroem nossa competitividade e levam o Custo Brasil a R$ 1,35 trilhão:
1. Qualificar a força de trabalho, item que contribuiu com R$ 390 bilhões.
2. Honrar tributos, item que custa R$ 310 bilhões.
3. Infraestrutura, com custo de R$ 290 bilhões.
4. Acesso a capital, que contribui para o custo Brasil com R$ 260 bilhões.
5. Ambiente jurídico e regulatório, com impacto de R$ 210 bilhões ao ano.
“Temos muitos tributos e um sistema tributário complexo. Hoje, as empresas brasileiras gastam 1500 horas ao ano para pagar tributos. A média dos países da OCDE são 150 horas anuais. Com a Reforma Tributária, é possível que essas horas sejam reduzidas para 800 anuais.”
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PAINEL CADEIA DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS
O sucesso das estratégias competitivas de uma indústria – sustentabilidade, produtividade, flexibilidade, capacitação profissional, digitalização, entre outras – depende do alinhamento e integração com a sua cadeia de suprimentos. Para isso, são fundamentais os programas de desenvolvimento de fornecedores, bem como mecanismos que permitam a médias e pequenas empresas acessarem financiamento para renovação e atualização tecnológica de seu parque fabril.
O tema foi discutido no painel que teve a participação de André Odebrecht (Bovenau e Cassava), Daniel Godinho (WEG), Daniel Moraes (Tupy), Edvaldo Ângelo (Metisa), Guido Dellagnelo (Futura e Alumni EMC-UFSC) e Marcio Schissatti (B&L e Alumni EMC-UFSC).
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PAINEL INDÚSTRIA COMPETITIVA
Improváveis parcerias com fábricas do setor farmacêutico, de balas e bombons e de isotônicos têm sido a estratégia para a consolidação da catarinense Baly, maior marca brasileira de energéticos. Criada em Tubarão, há 27 anos, para produzir cachaças e vinhos, a empresa experimentou um grande crescimento, chegando a liderar o mercado de energéticos do Sul do Brasil, mas caiu para a quinta colocação, em uma crise enfrentada em 2015.
Herdeira do fundador e diretora de marketing e vendas, Dayane Titon Cardoso contou, durante o painel Indústria mais competitiva com parcerias estratégicas, que a empresa passou a focar no cliente – com escuta ativa e análise dos PDV (pontos de venda). A estratégia ajudou a Baly a recuperar mercado, passar incólume pela pandemia, lançar novos sabores e até mesmo linhas infantis, além de buscar as inusitadas cooperações.
No mesmo painel, Roberto Zagonel, CEO da Zagonel, de Pinhalzinho, também falou sobre as dificuldades que enfrentou quando, logo depois de ter feito um elevado investimento em nova fábrica, e se viu em meio a uma guerra entre grandes marcas de duchas. No período, ele também recebeu ofertas de compra de gigantes do setor.
Além de buscar cooperação com universidades e oferecer reconhecimentos aos colaboradores que apresentam ideias inovadoras, Zagonel disse que retraiu a produção de duchas (o carro-chefe da empresa) e partiu para outros produtos eletroeletrônicos, como luminárias LED. Quando a guerra das concorrentes recrudesceu, a Zagonel voltou a focar no mercado das duchas eletrônicas e em outubro de 2024 comprou as marcas Corona e Thermosystem – exatamente as duas que haviam feito a oferta de compra.
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PAINEL NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS E O PAPEL DA LIDERANÇA
Ana Rita Vieira, presidente do Sinduscon Joinville e diretora-executiva da Viplan (abaixo) apresentou estratégias da Viplan, construtora fundada em 1987, em Joinville. Uma delas é a possibilidade de o cliente personalizar o apartamento. Outra é a estrutura do prédio, com diferenciais como espaços pet.
“O mercado imobiliário tem também a responsabilidade, por meio de seus empreendimentos, de tornar as cidades mais atrativas, sustentáveis e inteligentes.”
Fernanda Berti (abaixo) apresentou o Centro de Biotecnologia Avançada da JBS, que está sendo construído em Florianópolis para ajudar a produzir alimentos para uma população mundial que, em 2050, deve atingir 10 bilhões de pessoas.
O centro investiga como a biotecnologia pode ajudar neste desafio. “Biotecnologia significa qualquer aplicação de tecnologia que utilize sistemas biológicos, organismos vivos ou derivados para fabricar ou melhorar produtos para utilização específica.” Exemplos básicos são células animais, fungos, bactérias e leveduras e vegetais.
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PALESTRA GRUPO FLEURY
Patricia Maeda disse que o Grupo Fleury, empresa da área de saúde que fatura R$ 8 bilhões por ano, com mais de 300 milhões de exames processados por ano, tem apostado em tecnologia para melhorar a produtividade e a experiência do cliente.
Uma das ferramentas é o uso de inteligência artificial, que tem reduzido tempo de exame e consumo de energia. No caso do paciente, a tecnologia ajuda a salvar vidas, como no exame que detecta o estágio da doença e agiliza o atendimento. “Até hoje [só com este exame] a gente já conseguiu salvar a vida de mais de 65 pacientes”
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PALESTRA ASSOCIATIVISMO E COMPETITIVIDADE
A Aurora Coop nasceu com o objetivo de ajudar os pequenos proprietários rurais a escoarem o excedente de sua produção de suínos. Para o presidente da Aurora Coop, Neivor Cantons, esses proprietários não teriam a oportunidade de agregar valor a seus produtos e industrializar a carne suína sem uma cooperativa.
“Investimos muito na qualificação, em programas que vão desde trabalhar a autoestima de quem trabalha no campo até gestão do negócio, para permitir que as novas gerações continuem ou retornem para o campo”.
Em 2023, a cooperativa central teve uma receita de R$ 21,7 bilhões, e fez investimentos de R$ 939,1 milhões. A Aurora Coop tem a maior participação entre as exportações de suínos do Brasil, liderando as vendas externas.
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PALESTRA LIDERANÇA: A BUSCA PELA EXCELÊNCIA
O evento ainda trouxe o tema liderança, na palestra de Renan Dal Zotto, ex-técnico da seleção brasileira masculina de vôlei. Ele fez um paralelo entre o esporte de alto rendimento e o universo de alta performance dos executivos das indústrias.
“Não tem receita de bolo para uma boa liderança. O líder precisa entender bem a equipe, buscar novas soluções e não se acomodar. Esse é o principal desafio das pessoas em posições de liderança."
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
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