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Aurora emite comunicado sobre crise no setor leiteiro

Importações do Mercosul triplicam e desorganizam cadeia produtiva; Confira a manifestação assinada por Neivor Canton, presidente da cooperativa

Chapecó, 15.8.2023 - A Aurora, na condição de cooperativa central com mais de 76 mil famílias rurais em sua base produtiva, vem a público manifestar-se sobre a dramática situação que vive atualmente a cadeia produtiva do leite em Santa Catarina e no Brasil.

O preço do leite no mercado mundial caiu e o real teve uma relativa valorização frente ao dólar. A associação desses dois fatores estimulou as importações e o preço no mercado interno desabou. Em um primeiro momento, esse movimento é ótimo para o consumidor, que passa a ter produtos lácteos mais baratos. Mas é péssimo para o país, porque pode levar à desorganização e inviabilidade da cadeia produtiva e a consequente expulsão dos pequenos produtores.

O Brasil triplicou, neste ano, as importações de lácteos do Mercosul. Esse explosivo aumento da importação de leite em pó em 2023 gerou pânico no setor lácteo brasileiro em razão dos impactos na competividade do pequeno e médio produtor de leite.

Em razão de fatores extra-porteiras – custos de produção mais elevados, agravados pelas deficiências de infraestrutura, e maior carga tributária direta e indireta etc. – o leite produzido no Brasil custa mais ao produtor e, por consequência, ao consumidor, se comparado ao importado.

A maciça presença de leite importado no mercado interno provocou queda geral de preços, aniquilando a rentabilidade dos criadores de gado leiteiro e também das indústrias de captação, processamento e industrialização de leite.

As consequências dessa situação são preocupantes. Há relatos de que produtores de leite de Santa Catarina estão abandonando a atividade em consequência da nova situação do mercado brasileiro, marcado pela excessiva importação de leite e pela queda persistente da remuneração.

Toda a cadeia produtiva do leite está padecendo dessa situação. As próprias indústrias de processamento (laticínios) estão operando no vermelho e muitas estão utilizando matéria-prima láctea importada por extrema questão de gestão de custos.

A Aurora não aprova essa política de importação sem limites e sem controle. A Aurora mantém-se fiel aos produtores rurais cooperados, de quem recebe todo o leite que processa em suas unidades, os quais jamais abandonará porque são eles os verdadeiros destinatários do Sistema Cooperativista.

A Aurora recomenda que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento estabeleça mecanismos para regular a importação, criando gatilhos e barreiras para que seu exagero não destrua as cadeias produtivas organizadas existentes no Brasil.

A Aurora defende uma política de apoio ao setor para estimular, simultaneamente, a produção e o consumo.

Manter a sustentabilidade e a viabilidade econômica da vasta cadeia produtiva do leite é essencial para o desenvolvimento do interior do país e para a segurança alimentar da nação.

Neivor Canton, presidente da Aurora.

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