Otto von Sothen: “Em 2019, 273.402 pessoas foram internadas por doenças de veiculação hídrica, como intoxicação alimentar, diarreia, malária e esquistossomose. A OMS reitera que cada R$ 1 investido em saneamento gera uma economia de R$ 4 na área de saúde” - Foto: Divulgação
Fico perplexo quando vejo os dados sobre o saneamento e acesso à água potável no Brasil. Os números, compilados pelo Instituto Trata Brasil, retratam uma realidade que afeta diretamente a saúde e a qualidade de vida das pessoas, especialmente as mais pobres. Quando penso nos 35 milhões de brasileiros que não têm acesso à água tratada, nos 100 milhões que não têm coleta de esgoto e incríveis 1,6 milhão de residências sem acesso a banheiros, fica evidente que temos um longo caminho para mudar esta triste realidade.
Nosso objetivo, como Grupo Tigre, é colaborar com a universalização do saneamento nos próximos anos por meio de soluções que ofereçam esgoto tratado e acesso à água potável.
A aprovação do Marco Legal do Saneamento, em julho de 2020, começa a apresentar resultados e, acima de tudo, aponta uma perspectiva que vai impactar de forma positiva a sociedade brasileira. Para isso serão necessários investimentos significativos no setor por parte das empresas públicas, privadas e de instituições do terceiro setor. Só assim será possível alcançar a meta de ter 90% do esgoto coletado e tratado e 99% da população com acesso à água potável até 2033.
Vale ressaltar que um saneamento adequado evitaria 11.200 mortes por ano no Brasil, conforme revelou o último Atlas do Saneamento do IBGE. Além disso, um estudo do Instituto Trata Brasil mostrou que, em 2019, 273.402 pessoas foram internadas por doenças de veiculação hídrica, como intoxicação alimentar, diarreia, malária e esquistossomose. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reitera que cada R$ 1 investido em saneamento gera uma economia de R$ 4 na área de saúde.
Diante de tudo isso não resta dúvida que investir em saneamento é estratégico e gera saúde, qualidade de vida e economia.
O objetivo é acelerar o acesso ao tratamento de esgoto, principalmente em áreas remotas – onde as redes tradicionais demorarão a chegar ou não chegarão –, e contribuir com a universalização do saneamento básico no Brasil.
A universalização, proposta pelo Marco Legal do Saneamento, está profundamente ligada ao nosso propósito de cuidar da água para transformar a qualidade de vida das pessoas. Queremos ser protagonistas nesta agenda, trabalhando em conjunto com o setor tanto na construção de redes de distribuição de água e esgoto quanto no desenvolvimento de soluções inovadoras para acelerar o acesso ao saneamento básico aos milhões de brasileiros ainda não atendidos.