Mario Cezar de Aguia, presidente da FIESC - Foto: Filipe Scotti
Santa Catarina reagiu rápido à crise sanitária e hoje desfruta da condição de pleno emprego, em oposição aos altos índices de desocupação observados em diversos estados. Em 2021 destaca-se como o líder em crescimento industrial do País. Não se trata propriamente de uma novidade. Há anos o Estado – e em particular a indústria – apresenta crescimento acima da média e abertura de grande número de vagas de trabalho. Caminhamos para nos tornar o estado mais industrializado do Brasil.
Ao mesmo tempo que a condição traz alegria e orgulho, o sucesso é também uma fonte de preocupação. O crescimento populacional e o avanço de novos empreendimentos pressionam a infraestrutura, que deixa muito a desejar e põe em risco a continuidade do desenvolvimento. Há graves deficiências na oferta de energia em algumas regiões e, de modo generalizado, no saneamento e na logística de transportes.
Nesta edição destacamos o problema das rodovias, que é alvo da campanha SC Não Pode Parar, encabeçada pela FIESC em parceria com o grupo de comunicações ND. Além de mobilizar a sociedade apontamos soluções viáveis, baseadas em estudos técnicos, para os principais gargalos rodoviários que subtraem nossa competitividade e roubam vidas preciosas, impondo a Santa Catarina um custo social absurdo e absolutamente injusto. Somos o sexto maior pagador de impostos federais, mas ocupamos apenas a 24ª posição em repasses da União, considerando a relação entre arrecadação e repasse. A situação se reflete em precárias e perigosas rodovias federais.
Se o argumento da justiça não parecer suficiente, é preciso ressaltar que investir em Santa Catarina é uma questão de inteligência, pois os recursos aplicados dão rápido retorno na forma de movimentação econômica, empregos e impostos. Por outro lado, são inúmeros os relatos de investimentos que deixam de ser feitos em Santa Catarina por causa da precariedade logística. Por isso o Governo do Estado, com razão, passou a aplicar recursos até mesmo nas rodovias federais. A FIESC cobra que esses montantes retornem ao Estado na forma de abatimento de dívidas com o Governo Federal, por exemplo.
Com empreendedores competentes, criativos e dispostos a investir, Santa Catarina tem quase tudo para continuar sua exitosa trajetória de crescimento. O principal gargalo é a infraestrutura. Ao apontar soluções para a logística e mobilizar a sociedade e as instituições, a FIESC trabalha para abrir caminho ao desenvolvimento catarinense.
Mario Cezar de Aguiar - Presidente da FIESC