Otmar Josef Müller: “Para viabilizar a transição entre combustíveis fósseis e fontes renováveis, o gás natural emerge como um aliado essencial para as indústrias. Sua aplicação estratégica garante segurança energética e reduz emissões dos GEE” - Foto: Divulgação
A revolução tecnológica proporcionada para as indústrias pelo gás natural é incontestável. Este combustível impulsionou transformações disruptivas, principalmente a partir de 1960, com o aumento das construções dos gasodutos nos Estados Unidos e Europa. Os ganhos expressivos em eficiência energética são resultado do fácil controle de temperaturas e da maior estabilidade dos ambientes de combustão nos processos fabris. Sem dúvida, o insumo redefiniu paradigmas do cenário energético global, antes mesmo das atuais preocupações em relação aos Gases de Efeito Estufa (GEE).
Nos dias de hoje, os esforços coletivos rumo à economia de baixo carbono são imprescindíveis. Em 1874 o escritor francês Júlio Verne já mencionava o hidrogênio como fonte energética ideal no livro A ilha misteriosa. Mas apesar das perspectivas promissoras, a implementação do hidrogênio verde em larga escala ainda não é uma solução fácil a curto prazo.
Para viabilizar a transição entre combustíveis fósseis e fontes renováveis, o gás natural emerge como um aliado essencial para as indústrias. Sua aplicação estratégica garante segurança energética e reduz emissões dos GEE. Junto ao sistema elétrico o gás evita situações inerentes à intermitência das fontes eólicas e solares, como o apagão nacional de 15 de agosto.
O biometano surge como aliado ao gás natural convencional. Em Santa Catarina, além de poder ser injetado na malha de distribuição, poderá ser vetor de interiorização do gás canalizado. Os resíduos da agropecuária ou de aterros sanitários em municípios distantes da rede de gasodutos tornam-se insumo para a sua produção e podem facilitar a construção de infraestrutura.
Para além do uso nos processos fabris, a substituição do diesel por gás natural e biometano na frota pesada é outra ação estratégica para indústrias, reduzindo seus custos de transporte com menores emissões de GEE. Estamos implementando os corredores azuis, infraestrutura de abastecimento de GNV para veículos de grande porte em locais planejados, para melhor atender a demanda nacional. Iniciativas como esta refletem na redução das importações de óleo diesel no Brasil, que ultrapassam 34 milhões de litros por mês. Além disso, também auxiliam na melhor mobilidade urbana.
Prestes a completar 30 anos, a SCGÁS tem o segundo melhor índice em números de municípios atendidos e ultrapassa os 1.500 quilômetros de rede. Olhando para o futuro, temos perspectivas de expansão do consumo do gás natural em novas regiões por meio da ampliação de infraestrutura. Queremos viabilizar eficiência e segurança energética para a indústria, que é um dos propulsores centrais da economia catarinense.