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Transporte é o mercado mais competitivo para biogás

Especialistas destacam competitividade do biometano na substituição ao diesel em frotas de caminhões; descarbonização e metas ESG estão no foco dos investimentos

Florianópolis, 06.11.24 - O potencial brasileiro - especialmente o catarinense - para a produção de biogás e os desafios para o desenvolvimento do mercado foram temas do Cogen Sul, evento promovido pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia e realizado nesta quarta-feira, 6, na Federação das Indústrias de SC, em Florianópolis.

As metas de ESG e os compromissos de descarbonização da indústria estão entre os principais motivadores do investimento em projetos de produção de biogás, na avaliação dos especialistas. Além de oferecer uma solução para a questão dos resíduos, a oportunidade de migrar parte da matriz energética para uma fonte 100% renovável tem motivado investimentos e novos projetos em SC.

Para Viviane Coutinho, especialista em biogás da Ecogen, o setor de transporte tem mais potencial de aproveitamento do biometano dentro do contexto atual.  O contexto regional é um fator que os investidores em projetos de biogás também precisam levar em consideração, afirma Lorenzo Piangini, da SebingásCótica.

O executivo da (re)energisa - braço da Energisa para soluções em energia renovável-, Frederico Botelho, explica que a despeito desse maior potencial, a transição é lenta, e depende de o potencial cliente do biometano fazer um investimento para migrar da frota a diesel para o gás. “Esse mercado também tem suas complexidades, mas diante da competitividade de outras fontes de energia para a geração elétrica, ainda é o mais interessante”, explica.

Transição do diesel para o biometano tem bom potencial de mercado, dizem especialistas. (Foto: Elisabete Francio)

Investimentos em SC

O investimento de cerca de R$ 95 milhões da (re)energisa na Agric, uma empresa de tratamento de resíduos em Campos Novos - é um dos exemplos. O executivo Frederico Botelho explica que a planta será 100% autossustentável, produzindo desde a energia consumida na unidade até o combustível da frota (transporte de resíduos, fertilizante e biometano).

O potencial catarinense para esse tipo de empreendimento - dada a necessidade dos produtores de proteína animal de cumprir metas de descarbonização não só nas suas operações fabris, mas também na criação animal, levou a FIESC a priorizar a produção de biogás no projeto-piloto do  Hub FIESC de Descarbonização. A afirmação é do pesquisador do Instituto SENAI de Tecnologia Ambiental, Charles Leber.

A iniciativa visa mobilizar, além do setor produtivo, governo, universidades e centros de pesquisa em busca de uma economia de baixo carbono. O primeiro programa temático tem como foco a produção de biogás por meio do tratamento de dejetos suínos. O objetivo é ter, em dez anos, 100% dos dejetos suínos sendo aproveitados para a geração de biogás em Santa Catarina.

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação Institucional e Relações Públicas


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