Videira, 3.9.2015 – A precariedade da infraestrutura é o maior gargalo de Santa Catarina, afirmou o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, durante palestra na abertura da Expo Videira, feira multissetorial que ocorre até domingo (6), no município. Acompanhado dos vice-presidentes regionais da entidade, Gilberto Seleme, e Márcio Luis Dalla Lana, Glauco também fez um panorama da economia do Brasil e disse que é com trabalho que o País sairá da crise.
“Precisamos mobilizar a sociedade. Não temos ferrovia e há dificuldade de acesso aos portos. Temos que resolver essa questão para que o Estado possa crescer mais e melhor”, ressaltou Côrte, destacando que a FIESC tem feito diversos estudos que mostram a situação das rodovias do Estado, e mobilizado lideranças políticas para buscar uma solução.
Além das ações ligadas à infraestrutura, o presidente da FIESC também chamou a atenção para os investimentos que a entidade tem feito em programas de melhoria da escolaridade do trabalhador catarinense. “Precisamos melhorar a produtividade para a indústria ser mais competitiva. Uma indústria mais competitiva investe mais, expande mais, gera mais empregos, renda e receitas tributárias para o governo”, disse.
Após proferir palestra, Côrte participou de um talk show ao lado do cientista político Carlos Melo, do prefeito de Videira, Wilmar Carelli, e do diretor-superintendente do Sebrae/SC, Carlos Guilherme Zigelli.
Ao falar sobre cenário econômico, Côrte disse que até o final do ano deve haver um agravamento das condições. “A economia hoje está fortemente vinculada à política. Temos três crises: a econômica, a política e a ética. Até o final do ano isso não será resolvido. Certamente, começaremos o próximo ano com esperança de que o processo de recuperação se inicie já em 2016, mas é muito difícil acontecer no primeiro semestre por causa do grau de incerteza sobre os rumos do País”, alertou. Na opinião dele, o início da recuperação da economia pode ocorrer no segundo semestre de 2016.
Ao ser indagado sobre qual seria a saída para a crise, Côrte respondeu que é necessário buscar a convergência entre os poderes Executivo, Legislativo e a sociedade em torno de uma agenda positiva. “Se conseguirmos extrair da crise a lição de que o governo deve ser menos governo e deixar mais a iniciativa privada trabalhando, desburocratizar, e deixar de aumentar impostos, acho que essa será a saída”, afirmou, lembrando que hoje o problema é o ambiente institucional.
Em sua participação no talk show, o cientista político Carlos Melo destacou a pujança e o otimismo encontrado em Videira e em outras cidades pelas quais têm percorrido, apesar do momento de dificuldade. “Ainda que as cidades tenham pujança e otimismo, o elo mais fraco da nossa corrente é o governo federal. É injustificável a situação que estamos. O Brasil passa por uma série de esgotamentos”, afirmou. Na opinião dele, o País deve alcançar um patamar melhor, no entanto, não se sabe quando.
À plateia, o cientista político afirmou que “o conjunto da política nacional não retrata o novo, ainda está no passado. O conjunto de políticos, de certa forma, é anacrônico”, disse, lembrando que o País passou por mudanças profundas, mas isso não ocorreu com a política brasileira. “Temos uma sociedade moderna com uma política arcaica”, concluiu.
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Na abertura da Expo Videira, presidente da FIESC disse que a entidade tem feito diversos estudos que mostram a situação das rodovias do Estado, além de mobilizar lideranças políticas para buscar uma solução