O Instituto SENAI de Inovação em Processamento a Laser (ISI-PL) está se posicionando como um polo de inovação em tecnologia a laser no Brasil. Projetos como o PROSHOCK e o LINSERT visam aprimorar propriedades de materiais e desenvolver aplicações de ponta para indústrias de alta complexidade, como aeronáutica, automotiva e de fundição, com forte enfoque na sustentabilidade e eficiência. A chave para o sucesso desses empreendimentos reside em parcerias internacionais e no envolvimento de indústrias e startups nacionais, que facilitam a transferência de conhecimento e o acesso a tecnologias de ponta.
O Projeto PROSHOCK, financiado em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), é pioneiro no Brasil ao implementar e disseminar a tecnologia de laser shock peening (LSP). Esta é uma alternativa sustentável ao processo tradicional de shot peening, aumentando a resistência à fadiga de componentes mecânicos cruciais para diversas indústrias.
O projeto teve início por meio de uma parceria com o HiLASE, renomado centro de pesquisa da República Tcheca, o mesmo que está colaborando com o Instituto SENAI para instalar no Brasil a primeira estação de tratamento por LSP. “Conseguimos transformar essas parcerias em um projeto grande para o Brasil, introduzindo uma tecnologia inovadora e de alto impacto”, avalia o coordenador técnico do PROSHOCK e do LINSERT, Santiago Javier Caraguay Correa.
A Tupy foi a primeira a demonstrar interesse na possibilidade de usar a tecnologia em parceria com o SENAI. Segundo o diretor de pesquisa e desenvolvimento da indústria catarinense, André Ferrarese, esse tipo de projeto internacional é essencial para a empresa garantir “amplitude e potencial do roadmap tecnológico da companhia”. A empresa antevê duas possibilidades para os resultados da pesquisa: um ligado ao aumento de resistência mecânica para suportar motores cada vez mais carregados e com maior eficiência com diferentes tipos de combustíveis sustentáveis. “O segundo potencial da tecnologia é contribuir para sistemas de alta resistência ao hidrogênio”, revela Ferrarese.
A Suspensys participa do projeto com o objetivo de aprimorar tecnicamente componentes metálicos de suspensão para veículos comerciais. De acordo com o engenheiro André Zahn, responsável técnico pelo projeto, a meta é otimizar a resistência à fadiga desses componentes, focando em áreas que estão sujeitas a cargas cíclicas concentradas e que são de difícil acesso para processos convencionais. “A inserção da Suspensys nesse projeto reforça a visão estratégica da Randoncorp e do Instituto Hercílio Randon (IHR) na busca por inovação e novas tecnologias. A colaboração com o projeto LSP é, portanto, um passo importante para que a empresa possa continuar a desenvolver e aplicar soluções robustas e confiáveis”, afirma Zahn.
Paralelamente ao PROSHOCK, o Projeto LINSERT também se destaca pelo forte componente internacional, contando com a participação de empresas da República Tcheca. Teve início por meio de um consórcio com a Agência de Tecnologia da República Tcheca (TACR), e explora duas frentes principais: na República Tcheca, avalia o processo de LSP para moldes e revestimentos em ferramentas de material duro; no Brasil, desenvolve texturas para a indústria aeronáutica. Essas texturas, criadas com laser, incluem superfícies super-hidrofóbicas para autolimpeza.
