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Escolas devem adaptar formação para profissões que ainda nem existem

Esse é um desafio dos gestores educacionais, avalia presidente da FIESC, que também rechaça influência político-partidária na indicação de diretores de escola

Confira a cobertura fotográfica dos seminários no perfil da FIESC no Flickr

 

Concórdia, 22.3.2016 – O sistema educacional tem o desafio de preparar as crianças para que, na idade adulta, atuem em ocupações profissionais que ainda não foram criadas. Esse é, na opinião do presidente da FIESC, Glauco José Côrte, um dos principais desafios dos gestores do setor, incluindo os diretores de escola. “Segundo o último fórum de Davos, 30% dos empregos atuais não existiam há 10 anos e 65% das crianças de hoje vão executar funções profissionais que ainda não existem”, afirmou Côrte, em palestras nesta terça-feira (22), em Luzerna e Concórdia, durante eventos da série Diálogos sobre Gestão da Educação, promovida pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC).

“Novas formas de produção vão exigir novos profissionais, com características diferentes das formações atuais”, afirmou o industrial, lembrando que eles deverão se habituar a trabalhar em equipes multidisciplinares e desenvolver habilidades sócio-emocionais. Citando fala do Papa Francisco, Côrte destacou ainda a importância da dedicação dos profissionais que atuam no setor. “Educar é um ato de amor, é dar a vida”, lembrou.

Segundo Mozart Neves Ramos, consultor do Movimento A Indústria Pela Educação e diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna, as profissões são, atualmente, muito dinâmicas. “Elas dialogam muito mais com a descontinuidade das tecnologias e exigem dinamicidade do conhecimento”. Para ele, a escola tem papel importante neste cenário. “É estrategicamente competitivo quem é capaz de antecipar cenários futuros. E não existe indústria, não existe comércio, não existe ambiente institucional competitivo se não for capaz de pensar e fazer este exercício de prospecção”, afirmou.

Para Álvaro Luís de Mendonça, vice-presidente da FIESC para o Alto Uruguai, este é um trabalho muito importante para valorizar o aluno da escola pública, que tem certa dificuldade de se adaptar às exigências do mercado de trabalho. “Ganham com isso a indústria e, principalmente, o aluno”, disse.

Márcio Dala Lana, vice-presidente da FIESC para o Centro Oeste, destacou a grande participação de secretários municipais de educação nos eventos. Ele acredita que a melhoria dos índices educacionais deve contribuir para o aprimoramento do nível da gestão, em um círculo virtuoso.

Influências - O presidente da FIESC manifestou preocupação com a influência político-partidária na indicação dos diretores de escolas. “Precisamos rechaçar qualquer interferência política partidária. Não é possível que na educação ainda se tenha tentativas, iniciativas que visam a influências políticas na educação. Se conseguirmos valorizar os gestores com formação, profissionalismo, afastando a política, daremos um passo importante para a melhoria da qualidade da educação em nosso Estado e no Brasil”, disse.

Na opinião de Mozart, as eleições diretas para diretor de escola podem levar à perda do foco na questão educacional. Ele citou exemplo ocorrido em Pernambuco, onde foi secretário de Educação, em que um diretor de escola pediu verba para construir uma sauna, que havia prometido na campanha eleitoral. Para evitar isso, ele defendeu a certificação de gestores, com a realização de provas com todos os pré-candidados. Seriam avaliadas questões como liderança, contabilidade, gestão da informação e sistema organizacional, e as universidades poderiam auxiliar na capacitação.

A melhoria da gestão educacional é o tema de 2016 do Movimento A Indústria pela Educação. Em 2015, o tema abordado foi a família na escola, e o ano que vem serão os professores.

Movimento - Lançado em 2012 pela FIESC, o Movimento A Indústria pela Educação estimula a indústria a investir na elevação da escolaridade do trabalhador. Quando a iniciativa começou, 53% dos trabalhadores da indústria tinham escolaridade básica completa, segundo a RAIS. Hoje já são 56%.

São mais de 2,2 mil signatárias entre indústrias e apoiadores, além de parcerias relevantes, entre elas, a Federação dos Trabalhadores, a Secretaria de Estado da Educação, o Google for Education e os Institutos Ayrton Senna e Natura. Em 2016, a FECOMÉRCIO e a FAESC também se uniram à iniciativa. Com a entrada da Fetrancesc, prevista para as próximas semanas, o Movimento deve ser renomeado para Santa Catarina pela Educação.

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