
“Nossa matéria-prima sempre foi o futuro”. O mote da campanha institucional dos 75 anos da FIESC não é apenas uma construção semântica bem articulada, mas uma síntese fiel do que tem sido a atuação da Federação desde que foi criada, em 1950. Celso Ramos, seu fundador, foi um pioneiro e um visionário, e o trabalho que fez à frente da FIESC catapultou não somente a indústria do Estado, mas o Estado como um todo, para uma condição melhor do que a anterior. O trabalho seguiu nas gestões subsequentes e a FIESC impulsionou Santa Catarina para frente, como uma locomotiva, que até hoje traciona o desenvolvimento estadual de forma cada vez mais tecnológica e sustentável, com foco no futuro.
As digitais da FIESC estão na construção da infraestrutura estadual que permitiu o grande salto da indústria nos anos 1960, década em que o setor cresceu a uma média de 8% ao ano. Da mesma forma, a Federação teve papel central para a internacionalização da indústria nos anos 1970, quando o Estado se tornou uma das maiores plataformas de exportações de industrializados do País.
Quando o cenário se deteriorou, a partir dos anos 1980, a indústria brasileira como um todo perdeu relevância. Em Santa Catarina, entretanto, o setor demonstrou resiliência e manteve alta participação na formação do PIB estadual – cerca de 30% – e a capacidade contínua de geração de empregos. A força da indústria fez com que o crescimento médio do Estado na década de 1980 fosse de 5,3% ao ano. Nos anos 1990, Santa Catarina cresceu 3,5% ao ano, taxa duas vezes maior que a nacional. A FIESC ampliou e interiorizou suas estruturas, impulsionando grandemente o apoio à indústria em todas as regiões do Estado. Teve também papel central na inserção global do setor durante o período de globalização da economia.
Atualmente, a indústria catarinense é a maior “puxadora” dos resultados positivos do setor no Brasil. Em 2024, o Estado registrou o maior crescimento da produção industrial em todo o País, com 7,7%, mais do que o dobro da média nacional. “Nossa indústria é altamente diversificada e o catarinense é um empreendedor por natureza, além de resiliente. Por isso superamos as crises e crescemos constantemente”, afirma Mario Cezar de Aguiar, presidente da FIESC. “A indústria catarinense tem grande potencial de crescimento, porém tem grandes desafios a serem superados. Construímos o futuro da indústria diariamente”, diz Aguiar.
A relevância da indústria é um fator central para o desenvolvimento de Santa Catarina. O setor é o que mais arrecada impostos e o que melhor remunera, depois dos serviços financeiros. A indústria responde por 34% dos empregos formais do Estado, maior índice do Brasil. Além disso, calcula-se que para cada 10 postos de trabalho criados na indústria, outros 16 empregos indiretos são gerados. Não é por acaso que Santa Catarina é o estado com menor taxa de informalidade do trabalho no País, tem a melhor distribuição de renda e experimenta forte crescimento populacional, em função da atração que exerce devido à oferta de empregos e à boa qualidade de vida.

63 mil indústrias, 1 milhão de trabalhadores
Estudos recentes demonstram os resultados de décadas de ação contínua da indústria catarinense em modo “círculo virtuoso”. A análise das origens dos insumos e dos destinos da produção industrial (matriz insumo-produto) comprova que há elevada integração local da produção nos principais setores, o que significa que a indústria é capaz de suprir grande parte de suas demandas localmente. A alta integração diminui custos logísticos e gera economias externas, resultando em mais investimentos. Quando há concentração de fornecedores especializados, grandes indústrias de bens de consumo final são atraídas. Indústrias de bens intermediários também têm no Estado oportunidades para adensar ainda mais as cadeias produtivas.
Essa característica setorial tem rendido bons frutos para Santa Catarina. Enquanto que ao final dos anos 2010 havia cerca de 50 mil indústrias no Estado, atualmente há quase 63 mil indústrias, que empregam diretamente cerca de 1 milhão de trabalhadores, de acordo com as estimativas mais recentes da FIESC.