Florianópolis, 26.5.2021 - A evolução da capacidade de armazenamento e queda dos custos das baterias e o anúncio feito por grandes fabricantes mundiais que vão parar a produção de motores a combustão mostram que faltam poucos anos para que a eletricidade se sobreponha aos combustíveis fósseis como a principal matriz energética dos transportes. A mobilidade elétrica foi o tema de seminário virtual nesta quarta-feira (26), dentro da Semana da Indústria 2021, promovida pela FIESC. Conforme o especialista alemão Alexander Busse, a regulamentação da emissão de CO2 na União Europeia está forçando os fabricantes a ampliar a venda de veículos elétricos.
::: Assista a íntegra do Seminário:
“As transformações ocorrem numa velocidade bastante elevada, é um processo em franca evolução”, disse o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. “São avanços tecnológicos nas áreas de eletrônica e mecânica e um dos grandes desafios é o armazenamento de energia”, acrescentou. Aguiar salientou que a Federação das Indústrias está muito focada no tema da mobilidade elétrica, especialmente por meio dos institutos SENAI de Inovação e o de tecnologia localizado em Jaraguá do Sul.
Para o presidente da FIESC, o Brasil precisa avançar em vários aspectos para alcançar mais sustentabilidade do transporte. “O país está engatinhando na questão da mobilidade e da busca de alternativas aos combustíveis fósseis. Um exemplo é o nosso modelo de transporte de cargas, muito baseado no modal rodoviário. Não se olha para o potencial de nosso litoral e a possibilidade que ele oferece de cabotagem, que é muito mais eficiente em termos ambientais e econômicos”, comentou.
“Muitos fabricantes anunciaram agora que não vão desenvolver mais trens de força convencionais”, afirmou Alexander Busse, especialista da FKA, consultoria alemã, parceria da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ). Ele citou várias montadoras, entre elas a Audi, que anunciou que no ano que vem vai desenvolver a última geração de motores a combustão, geração que durará alguns anos, e a BMW, que deve lançar seu último motor a combustão em 2025 e, que em 2030 vai fabricar veículos totalmente elétricos para o mercado europeu. Segundo Busse, em função das agressivas metas de redução de emissão de CO2, os fabricantes têm priorizado o lançamento de veículos elétricos. Essa categoria representou 20% do total de veículos vendidos na Alemanha em dezembro passado.
Busse apresentou um estudo comparativo entre sete países e que aponta a China, seguida dos Estados Unidos e Alemanha, como o país mais avançado em termos de mobilidade elétrica. A análise, baseada no Relatório E-Mobility Index 2021 publicado pela Roland Berger e FKA, leva em conta o desenvolvimento tecnológico (relação custo benefício), a produção industrial (de veículos e baterias) e a participação dos elétricos no mercado de veículos. A Coreia do Sul lidera o avanço tecnológico, a China está na frente em termos de produção industrial e a Alemanha disparou no quesito mercado, tendo hoje 12% de sua frota movida a eletricidade.
As principais tendências tecnológicas são baterias com maior capacidade, portanto, que dão mais autonomia de percurso, que recarregam mais rapidamente e têm custos mais baixos. Neste campo, citou que, provavelmente em 2027 deverá entrar no comércio baterias em estado sólido.
“As baterias têm tido uma evolução gigantesca e queda de preços, estamos no limiar de 100 dólares por quilowatts/hora”, destacou Valter Knihs, diretor industrial de Sistemas & eMobility Weg. Segundo ele, entre 2023 e 2025 haverá uma paridade de veículos elétricos com veículos a combustão. Knihs explicou que os avanços tecnológicos procuram dar mais eficiência aos veículos elétricos e falou sobre o projeto catarinense para a produção do EletroRedutor, um componente que visa garantir melhor desempenho dos veículos elétricos, sendo desenvolvido pela parceria entre a Weg, Zen, eION e Gerdau, além do Instituto SENAI de Inovação em Sistemas de Manufatura, localizado em Joinville.
O seminário, moderado pelo diretor de inovação e competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates, contou ainda com a participação do presidente da Câmara Cidades Inteligentes da FIESC, Jean Vogel; do diretor de operações da Embrapii, Carlos Eduardo Pereira; e do gerente-executivo de inovação e tecnologia do SENAI Nacional, Marcelo Prim. Vogel destacou a importância da mobilidade elétrica para garantir a qualidade de vida nas cidades, Pereira apresentou os projetos da Embrapii na área de mobilidade elétrica em Santa Catarina e Prim destacou o Programa A3 – Alavancagem de Aliança para o Setor Automotivo Rota 2030, que o SENAI vem implementando em todo o Brasil, que é integrado pelo projeto do EletroRedutor.
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Semana da Indústria
O presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, lembra que a Semana da Indústria é um evento tradicional do calendário da FIESC e valoriza a contribuição do setor ao desenvolvimento do estado. “Estamos trazendo para o debate temas que estão na agenda do empresário. Vamos discutir os cenários políticos estadual e nacional e as perspectivas para aprovação das reformas, o enfrentamento da crise e a recuperação econômica. Destaco também a saúde e segurança do trabalhador e a mobilidade elétrica, que já é uma realidade mundial e que apresenta grandes oportunidades para a indústria catarinense”, explica.
Nesta quinta-feira, dia 27, será realizado o fórum A indústria, o cenário político, as reformas e a Economia. Para este evento, estão programados dois painéis: um vai abordar o cenário político nacional e o outro o cenário político estadual. O painel sobre cenário político nacional contará com a participação do gerente de política econômica da CNI, Mário Sérgio Telles; do presidente da Holding GBGA, Luiz Gonzaga Coelho; do diretor de relações públicas e governamentais GM, Adriano Barros, além do presidente da FIESC. O painel sobre cenário político estadual contará com a participação dos jornalistas Moacir Pereira, Roberto Azevedo e Cláudio Prisco Paraíso
Na sexta-feira, dia 28, será realizado o Fórum empresarial Invest SC e Conselho de Economia FIESC, iniciativa conjunta com o Governo de SC. Participam deste encontro: a secretária de Assuntos Internacionais, Daniella Abreu; o secretário de Desenvolvimento Econômico, Luciano Buligon; o secretário de desenvolvimento da indústria, comércio, serviços e inovação do Ministério de Economia, Jorge Lima; e o secretário de comércio exterior do Ministério de Economia, Lucas Ferraz.
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina