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Florianópolis, 20.07.2017 – “Máquinas deverão substituir pessoas nas tarefas altamente previsíveis e nas atividades perigosas. Empregos no campo da matemática e tecnologia terão maior potencial de crescimento e, na contramão, empregos com predomínio do uso da força física correm o risco de serem extintos”, apontou o presidente da FIESC, Glauco José Côrte na abertura do Ciclo de Conferências do INSS e do 2º Seminário Aliança Saúde Competitividade. O encontro, iniciativa da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), por meio do SESI e do INSS, discutiu nesta quinta-feira (20) o tema Automação – o impacto na sociedade e seus reflexos no setor previdenciário.
“Competências como o pensamento crítico e a resolução de problemas, colaboração, adaptabilidade, empreendedorismo, comunicação oral e análise de informações passarão a ter destaque no trabalho do futuro”, destacou Côrte, lembrando que a automação deverá alavancar o crescimento da produtividade. Ele enfatizou também que a revolução tecnológica vai gerar impactos significativos no setor. “A medicina digitalizada deslocará o tratamento realizado em hospitais para a mão de profissionais de saúde e dos indivíduos. Pessoas informadas serão parceiras no seu autocuidado, mas imprimirão um nível maior de exigência da qualidade dos serviços prestados”, disse Côrte, destacando ainda que para esse momento de transformação, a revisão da regulamentação do setor e novas ferramentas como Big Data, Internet das Coisas, serão exigências básicas.
Para o presidente do INSS, Leonardo Gadelha, a automação é uma força disruptiva que está sendo discutida no mundo inteiro e seu impacto na previdência será inevitável. “Ela traz muitos ganhos de produtividade para a sociedade e, certamente, teremos produtos mais baratos e diversificados, mas ela também traz preocupação. Para nós que fazemos o sistema previdenciário no Brasil, há uma preocupação muito clara: se os cidadãos perderem seus postos de trabalho, perderemos arrecadação”, analisou. “Dessa forma, teremos um fardo duplo para o Estado brasileiro: além de termos menos dinheiro entrando, teremos mais pessoas usufruindo nossos benefícios”, acrescentou.
O secretário de avaliação e gestão da informação do Ministério de Desenvolvimento Social, Vinícius de Oliveira Botelho, destacou que a economia global é cada vez mais robotizada. “Até 45% das atividades feitas por humanos podem ser robotizadas em alguma medida. Isso reduz a demanda de força de trabalho e provoca o declínio da quantidade de empregos. Robôs superarão humanos em muitas tarefas”, disse. Ele alertou ainda para o impacto da automação da distribuição de renda. “Se os robôs substituem completamente o trabalho humano, o produto por pessoa aumenta, no entanto, sem política pública adequada, a desigualdade de renda tende a aumentar, pois os robôs aumentam a oferta de força de trabalho, reduzindo salários”, analisou.
Renato da Fonseca, gerente executivo de pequisa e competitividade da CNI, afirmou que a Indústria 4.0 é um processo contínuo de inovação tecnológica. “O medo do desaparecimento do emprego não é novo e aparece toda vez que máquinas são criadas. Ganham mais aqueles cuja atividade é complementar à nova tecnologia. A ideia é que os robôs substitutam trabalhos que não queremos fazer”, salientou. Ele destacou ainda que empregos que requerem habilidade de resolver problemas, com criatividade e alto nível educacional, tendem a aumentar com a automação, assim como deve cair o índice de empregos em atividades rotineiras. “Se a automação continua aumentando a produtividade, o problema não é a destruição de empregos, mas a distribuição da riqueza”, apontou Fonseca.
Izaias Otaviano, secretário da saúde e segurança do trabalhador da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário (FETICOM), lembrou que a automação exige profissionais qualificados para operar as máquinas. “Isso tem que ser prioridade e a FIESC vem se esforçando nesse sentido. Temos que treinar e qualificar os nossos trabalhadores. É ponto fundamental para um ambiente de trabalho com mais segurança e menos acidente, afinal uma vida não tem preço”, frisou o representante dos trabalhadores.
Ao final, o juiz do trabalho substituto e gestor auxiliar da 1ª circunscrição do programa Trabalho Seguro, do Tribunal Regional do Trabalho/SC, Elton Antônio de Salles Filho; o diretor da OISS, Baldur Schubert, além de Botelho, Otaviano e Gadelha integraram painel de debates mediado pelo gerente executivo de pesquisa e competitividade da CNI, Renato da Fonseca. “A gente trouxe um ingrediente muito importante que são discussões que surgiram no grupo, sem uma combinação prévia, de tratar de agendas de educação, saúde e segurança, desenvolvimento tecnológico e reformas estruturais, como a do trabalho e a da previdência, sobretudo colocando as pessoas no centro da agenda”, salientou o superintendente do SESI/SC, Fabrízio Machado Pereira.
Aliança Saúde Competitividade
A Aliança Saúde Competitividade, iniciativa da FIESC, visa ao engajamento e a participação de lideranças empresariais, acadêmicas, políticas e da sociedade na promoção da saúde e ambientes seguros para o trabalho, com ações de sensibilização e mobilização, além de reposicionar o tema como um dos fatores estratégicos para a competitividade da indústria. Instituições públicas como o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Ministério Público do Trabalho em SC, Superintendência do Trabalho e Emprego em SC e Tribunal Regional do Trabalho, e federações de trabalhadores (FETIAESC, FETICOM, FETIMMMESC, FITIEC e FETIGESC) apoiam a Aliança.
A iniciativa disponibiliza conhecimento sobre cenários e tendências de saúde e segurança, e seus impactos para a competitividade das organizações. A Aliança Saúde Competitividade oferece ainda, por meio dos serviços das entidades da FIESC, o desenvolvimento e gestão de ambientes e comportamentos seguros e saudáveis na promoção da saúde integral. Para mais informações acesse o site www.aliancasc.org.br.
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina