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A Terra vista de cima, em detalhes

Tecnologias desenvolvidas para o nanossatélite VCUB1 criam condições para a indústria aeroespacial brasileira dominar a cadeia de produção e de gerenciamento de satélites.

Sistema de navegação, apontamento e controle garante que a câmera seja apontada com precisão para onde se deseja coletar imagens - Foto: Divulgação

Ele é pequeno, com dimensões de 10cmx20cmx30cm, e pesa apenas 12 quilos. Mas é impressionante a quantidade de inovações que cabem no nanossatélite VCUB1, desenvolvido pela Visiona Tecnologia Espacial e pelo Instituto SENAI de Sistemas Embarcados. Para começar, trata-se do primeiro caso de satélite nacional inteiramente desenhado e projetado pelo setor privado – iniciativas no setor aeroespacial geralmente envolvem instituições públicas de pesquisa e as Forças Armadas.

As tecnologias de software de computador de bordo do satélite OBDH (On-Board Data Handling), o Sistema de Controle de Atitude e o de Rádio Definido por Software, criados, testados e validados no âmbito do projeto, são estratégicos. Seu domínio permitirá a criação de satélites de qualquer porte, abrindo uma importante frente de negócios para a indústria nacional, de acordo com Augusto De Conto, gerente do projeto.

“O programa é um marco para o avanço e autonomia da indústria aeroespacial brasileira, já que possibilita ao País deter toda a cadeia de produção e de gerenciamento de satélites, sem depender de softwares de terceiros”, afirma João Paulo Campos, presidente da Visiona. Ele enfatiza que, apesar das dimensões reduzidas, o VCUB1 possui arquitetura sofisticada, similar à de satélites de maior porte, e equipamentos de missão de última geração.

O OBDH, por exemplo, é considerado o cérebro de um satélite, responsável pelo controle dos subsistemas de bordo e a interface com o solo e as operações. Já o sistema responsável pelas funções de navegação, apontamento e controle permite que a câmera seja apontada com precisão para onde se deseja coletar imagens. Na prática, a partir deste projeto a Visiona terá capacidade para projetar e produzir satélites funcionais de vários portes.

O nanossatélite deverá entrar em operação comercial em 2023. Dará uma volta à Terra a cada 90 minutos, em uma órbita de 600 quilômetros – classificada como órbita baixa –, coletando imagens e informações ambientais a partir de sensores no solo. Tecnicamente falando, o satélite terá aplicações na comunicação e coleta de dados remotos e de imageamento da superfície da Terra com uma câmera multiespectral de alta resolução. Será utilizado em agricultura, gestão ambiental e internet das coisas (IoT), dentre outras possíveis aplicações de alto valor agregado.

Isso tudo é possível porque a câmera especial é capaz de gerar imagens de sensoriamento remoto com qualidade radiométrica e geométrica altamente confiáveis, o que é fundamental em práticas como agricultura de precisão, monitoramento de desmatamento, de enchentes e deslizamentos de encostas, ou ainda a consolidação do Cadastro Ambiental Rural. A qualidade das imagens também permitirá ao poder público melhorar o planejamento e a realização de serviços urbanos, por exemplo.

A equipe envolvida no desenvolvimento do satélite enfrentou – e resolveu – algumas situações altamente desafiadoras. Uma delas foi a integração da câmera óptica de alta resolução em um artefato de dimensões tão reduzidas. “Outro aspecto desafiador foi desenvolver um sistema de comunicação entre plataformas de coleta de dados em solo com o nanossatélite”, diz Augusto De Conto.

Case no detalhe

  • Parcerias

    • ISI Sistemas Embarcados
    • Visiona
    • Embrapii
  • Clientes

    • Visiona Tecnologia Espacial
  • Tecnologias

    • Software de computador de bordo do satélite
    • Sistema de Controle de Atitude e Rádio Definido por Software
  • Aplicações

    • Meteorologia
    • Agricultura
    • Meio Ambiente
    • Serviços Públicos
  • Investimentos

    • R$ 8,7 milhões
  • Maturidade Tecnológica

    • TRL 6

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