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Florianópolis, 25.9.2023 - O Índice de Atividade Econômica (IBC) catarinense em julho registrou queda de 0,6% em relação a junho, na série livre de efeitos sazonais. No entanto, no acumulado do ano, o resultado é positivo, tanto para o estado, de 2,3%, como no país, de 3,2%. Entre os setores, o comércio varejista ampliado teve destaque em julho, com crescimento de 2,2%, de acordo com análise do Observatório FIESC, a partir de dados do Banco Central.
O bom desempenho no comércio foi sustentado, principalmente, pelas vendas de automóveis, motocicletas, partes e peças, que registraram a maior expansão de julho, de 7,7%. O setor automotivo foi impulsionado pelos incentivos governamentais, no país, voltados para a compra de veículos novos.
Além disso, o comércio foi estimulado pelo processo de desinflação. O reflexo foi sentido no aumento da demanda em hiper e supermercados, devido à queda no valor dos alimentos. Essa dinâmica de melhoria nos preços beneficiou, também, as vendas de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação.
Por outro lado, a indústria apresentou a maior retração no mês, de 1,5%, prejudicada pela demanda interna insuficiente. “Essa queda é reflexo das taxas de juros ainda em patamares elevados, que seguem impactando negativamente o setor de bens de capital, além de restringir a demanda por insumos industriais”, explica o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. Em julho, a fabricação de máquinas e equipamentos, por exemplo, teve recuo mensal de 4,7% na produção industrial.
A indústria catarinense também sentiu os efeitos do recuo de 3,6% na produção de artigos de vestuário e acessórios. Com pressões de custos, o setor de confecção acumula a maior alta no Índice de Preços ao Produtor (IPP), entre todos os setores industriais nos últimos 12 meses.
O setor de serviços apresentou queda de 0,3% no mês. Apesar desse resultado, Santa Catarina é o segundo estado com maior crescimento da atividade de serviços prestados às famílias, de janeiro a julho deste ano. Houve expansão também nas atividades relacionadas ao esporte, recreação e lazer, que tem apresentado desempenho contínuo desde meados de 2022.
“A maior expansão foi registrada nos serviços de informação e comunicação, com aumento de 1,2% em junho, em relação ao mês anterior. Com o avanço da infraestrutura de rede 5G e expansão de provedores regionais, esses serviços atingiram um novo recorde na série histórica, encontrando-se no maior nível desde 2011”, ressalta Vicente Heinen, economista do Observatório FIESC.
Incentivos governamentais para compra de automóveis e desaceleração dos preços de produtos impulsionaram o crescimento no setor