Florianópolis, 9.3.2023 - O processo de sucessão nos negócios leva, no mínimo, cinco anos, por isso, nunca é cedo para começar, é o que alerta Alexandre Dias Cunha, coordenador acadêmico do programa Gestão de Empresas Familiares e responsável pela Family Business Initiative, da Nova School of Business and Economics, de Lisboa (Portugal). Ele participou nesta quinta-feira (9) da abertura da formação executiva Sucessão nos Negócios Familiares, da Academia FIESC de Negócios. Esta é a segunda turma que está sendo capacitada sobre o tema.
“Há sempre apego, uma ligação emocional da primeira geração ao negócio, como se fosse mais um filho. Eu posso ter este sonho de querer passar (o negócio) para a minha família, mas também posso perceber que não tenho essas condições. Então, quanto mais cedo eu fizer esse planejamento, melhor". Cunha frisa ainda que é necessário “encontrar mecanismos, fórmulas e disciplinas que ajudem a percorrer esse processo”.
Entre as dicas de Alexandre Cunha para conduzir o processo de sucessão estão quebrar o tabu de falar sobre a morte, surpreender-se com o que vai acontecer, ser aberto ao diálogo, e ter disciplina.
Patrice Gaidzinski, coordenadora do curso, informou que a formação passa pelos temas: sucedido, patrimônio, construção da família empresária, gestão, governança, sucessor e liderança. “Muito mais do que um negócio, a empresa familiar é um ideal que deu certo. A consideração da sucessão da diretoria está ligada ao fator hereditário, quase como em um reinado. Quando a segunda geração passa a fazer parte do negócio, a empresa passa a ser considerada familiar”, explica Patrice.
José Eduardo Fiates, diretor de inovação e competitividade da FIESC, afirmou que, quando o processo não é bem conduzido, compromete a perenidade dos negócios. “O tema da sucessão é chave e delicado. Precisamos estar preparados para as mudanças. Nesta formação, temos os melhores instrutores a respeito do tema, que tiveram as melhores experiências, para ajudar nesse processo e para que a aplicação dos conceitos seja muito ágil. Por isso, tem muita atividade prática neste curso”, explicou.
Grupo Lins Ferrão
Dono das marcas Pompéia e Gang, o Grupo Lins Ferrão foi o case familiar apresentado aos participantes do curso. Carmem e Luis Gustavo são irmãos, primos de Carlos Ferrão, e os três compartilham a gestão da empresa. O processo sucessório da primeira para a segunda geração durou 15 anos e contou com o apoio de uma consultoria que estabeleceu o diálogo entre os membros da família. O formato adotado foi o de gestão compartilhada, com foco no talento de cada membro e três conselhos foram constituídos: de família, de sócios e consultivo. A companhia já inseriu em seu quadro a terceira geração (21 membros).
Carmen Ferrão, superintendente do grupo, contou que o pai e o tio deram origem ao negócio com as lojas Pompéia, que este ano completa 70 anos. Em 2013, eles adquiriram a rede Gang, focada em moda jovem. O grupo Lins Ferrão, que registrou faturamento de R$ 925,7 milhões em 2022, possui mais de 3,3 mil colaboradores e 138 lojas, sendo nove em Santa Catarina, nas cidades de Florianópolis, Joinville, Lages, Criciúma, Lages, Xanxerê, Itajaí, Blumenau e Palhoça.
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC