Brasília, 6.11.2014 - Santa Catarina é o Estado onde a participação da indústria na geração de empregos é a maior do País. De cada 100 empregos com carteira de trabalho assinada no Estado, 36 estão nas fábricas, mostra o estudo Perfil da Indústria nos Estados, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A apresentação da pesquisa foi realizada durante o Encontro Nacional da Indústria (ENAI), evento anual do setor que se encerra nesta quinta-feira (6), em Brasília. "Temos um parque industrial diversificado e desconcentrado, que ainda tem uma participação significativa de indústrias intensivas em força de trabalho", avalia o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, referindo-se a segmentos como o de alimentos e de confecções.
Depois de Santa Catarina, aparecem o Amazonas e São Paulo, onde as indústrias são responsáveis por 28% e 26% dos empregos formais, respectivamente. O levantamento mostra ainda que Santa Catarina possui PIB industrial de R$ 50,3 bilhões, o sexto maior do País e que o setor responde por 29,7% da economia do Estado, com 811 mil trabalhadores. Destacam-se os setores de fabricação de alimentos (23,1% do PIB industrial), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (8,6%), além de artigos de vestuário e acessórios (8,2%).
Em nível nacional, o trabalho mostra que São Paulo, o maior parque fabril do país, vem perdendo espaço na produção da indústria brasileira. Apesar de responder por 31,3% de tudo o que é produzido pelo setor, a participação do estado perdeu peso na composição do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Em uma década - de 2001 a 2011 -, a participação da indústria paulista no PIB industrial recuou 7,7 pontos percentuais, a maior queda registrada entre os demais estados e o Distrito Federal. Por outro lado, aumentou a participação no PIB dos outros três estados do Sudeste, e de outros localizados nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
"A desconcentração industrial é positiva porque leva desenvolvimento para outros Estados do país. Mais indústrias significam mais empregos de maior qualidade, salários mais elevados e distribuição de renda", avalia o gerente executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
Carta da Indústria 2014 - Ao fim de dois dias de debates no Encontro Nacional da Indústria (ENAI), a CNI divulgou a Carta da Indústria 2014, documento que reúne as propostas do setor para desenvolver o país nos próximos quatro anos. A mensagem é de que a indústria brasileira tem pressa e defende um diálogo permanente com a sociedade, o Congresso, o Executivo e o Judiciário para reverter o quadro de perda de competitividade. Entre os avanços defendidos já para 2015 estão a reforma tributária, a modernização das leis trabalhistas, o aumento dos investimentos em infraestrutura, além de uma política fiscal que beneficie o investimento e o aumento da qualidade da educação. "Também precisamos avançar em acordos internacionais, sobretudo com países mais desenvolvidos, para ampliar a inserção do Brasil no comércio exterior", acrescenta Côrte, da FIESC.
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Elmar Meurer
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