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Florianópolis, 14.12.2018 – A redução do déficit fiscal e da dívida pública devem ser focos de atenção do novo governo, afirmou o diretor de políticas e estratégia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), José Augusto Fernandes. Segundo ele, a reforma da previdência é um componente fundamental para o equilíbrio fiscal e precisa ser aprovada nos primeiros seis meses de 2019. “Dívida e déficit públicos elevados têm contrapartidas para a indústria. A primeira é a queda do investimento público e a segunda é a elevação do risco do aumento da carga tributária. Por isso, a obsessão em relação à dívida é extraordinariamente importante”, alertou ele, durante reunião de diretoria da FIESC, realizada nesta sexta-feira (14), em Florianópolis.
Segundo Fernandes, se a reforma da previdência já tivesse sido aprovada, o cenário para o novo governo seria diferente. A dívida pública brasileira é 72% do PIB. “O problema é que temos uma taxa de juros elevada para financiá-la. O Japão tem uma dívida que é 200% do PIB, mas os juros que financiam a dívida são quase negativos”, explicou, lembrando que o percentual brasileiro não está mais alto por conta da aprovação da lei de teto dos gastos.
Na opinião dele, o país fecha o ano com um ambiente macroeconômico positivo, com inflação na meta, juros mais baixos e com algumas reformas feitas. “Neste momento de transição tivemos um aumento brutal da confiança da indústria. O indicador alcançou o maior aumento de confiança empresarial em oito anos. É um crescimento sem precedentes”, afirmou, lembrando que o índice que mede a confiança do consumidor também expandiu. “Então temos empresários e consumidores confiantes em relação ao futuro. Mas isso não necessariamente garante que o nível de consumo vai crescer acompanhando a expectativa”, avalia. José Augusto informou ainda que a CNI projeta crescimento do PIB para 2019 de 2,5%, com a indústria crescendo cerca de 3%.
Apesar do cenário atual mais otimista, ele observou que a recuperação da economia tem sido lenta e oscilante. “Certamente a recessão que passamos em 2014 foi superada, mas o impacto foi forte. No caso da indústria, tivemos uma queda do PIB industrial de mais de 12% em quatro anos. Isso mostra o tamanho do problema que tivemos”, completou.