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Florianópolis, 19.10.2023 - Nos próximos quatro anos, mais de R$ 60 bilhões estarão disponíveis para o setor industrial investir em inovação, seja por meio de crédito junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) ou por meio da Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP. Os valores foram destacados por José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Comércio Exterior e Inovação do BNDES, que participou nesta quinta-feira (19) de painel no Fórum RADAR Reinvenção. O evento é promovido pela Academia FIESC de Negócios e tem como tema central a neoindustrialização.
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A inovação é uma linha estratégica e o setor industrial é fundamental, de acordo com Gordon. “Nos próximos quatro anos, serão mais de R$ 60 bilhões para a agenda de inovação, seja por meio de crédito ou não reembolsáveis por meio da FINEP. É a maior agenda de recursos já disponibilizada para o setor empresarial. Estamos oferecendo uma linha diferenciada de taxa de juros, que deve ficar em média em 4% nominal, ou seja, mais barata para inovação no setor industrial”, informou.
Outra agenda estratégica é a exportação. “Queremos apoiar o setor industrial a ampliar as vendas para o mercado externo, tanto de pequenas quanto de grandes empresas. Para isso, temos uma série de instrumentos interessantes”, acrescentou.
Para João Paulo Kleinubing, presidente do BRDE, o banco está diretamente ligado à missão da neoindustrialização. “Isso não é novo na nossa história. O BRDE foi criado por um ex-presidente da FIESC, Celso Ramos, que lançou o planejamento estratégico focado em investimentos em infraestrutura, educação, saúde, entre outros setores. Hoje, somos o maior operador da FINEP no Brasil para operações indiretas. Dos estados do Sul, Santa Catarina é o estado que mais demandou do orçamento da FINEP por meio do BRDE”, o que, segundo Kleinubing, evidencia a cultura de inovação do estado.
Mercado regulado de carbono
O mercado regulado de carbono, aprovado na Comissão de Meio Ambiente do Senado em outubro, terá impacto na indústria, segundo Felipe Monteiro, do BTG Pactual. “Hoje os maiores investimentos em crédito de carbono não são feitos por brasileiros. É um tema mais desenvolvido lá fora e que a gente precisa fomentar aqui. O Brasil está no mercado de forma voluntária e os créditos são transacionados voluntariamente”, explica Monteiro.
A disparidade de preço entre os mercados voluntário e regulado é ampla: a tonelada média do crédito de carbono é de 5 dólares no mercado voluntário, enquanto que no mercado regulado europeu, por exemplo, chega a 100 dólares. A regulação do mercado no Brasil visa alcançar a meta de zero emissão de carbono até 2050. Segundo estudo da Mackenzie exibido por Monteiro, a descarbonização em larga escala pode trazer acréscimo ao PIB brasileiro de R$ 170 milhões ao ano.
Jefferson de Oliveira Gomes, diretor de Inovação e Tecnologia do SENAI Nacional, destacou que, atualmente, o país consome quatro vezes mais energia do que quando começou a revolução industrial. “Se hoje a indústria brasileira consome 27% da energia gerada no país, imagina se crescer. Estamos estruturados para uma economia de baixo valor. Precisamos investir nessa agenda de oportunidades para neoindustrialização porque poucos países têm a potência energética que nós temos. E a gente tem coisas para fazer agora”, frisou.
Sobre o Fórum RADAR Reinvenção
O evento reúne lideranças industriais catarinenses e brasileiras para discutir o futuro do setor. Nesta edição, o tema central é a neoindustrialização, ou seja, a retomada da indústria como indutora do desenvolvimento do país, mas sob a perspectiva do novo ciclo econômico mundial em curso — que traz oportunidades e desafios.
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC