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Professora de Joinville vai participar da Maratona de Boston

Realizada sem interrupções desde 1897, a Maratona de Boston é a mais disputada em quantidade de inscrições; sua edição de 2024 será na segunda (15)

Florianópolis, 12.04.2024 - Roselene Fenske, professora de desenvolvimento de sistemas no SESI e SENAI de Joinville, vai participar da Maratona de Boston, a mais famosa e tradicional corrida de longa distância realizada anualmente em todo o mundo. A corrida de 42,195 quilômetro será disputada na próxima segunda-feira (15), entre as cidades de Hopkinton e Boston, no estado de Massachusetts, Estados Unidos. A prova tem participação limitada de 35 mil atletas, por isso, Roselene garantiu sua vaga com a conquista do índice em prova no Brasil.

A professora, que corre há 10 anos, conseguiu índice de 3h48min na Maratona Internacional de Florianópolis. Para sua categoria e faixa de idade, o índice mínimo para Boston é de 3h55min. Além das maratonas internacionais de Florianópolis e de Curitiba, Roselene já participou da maratona do Chile. É a primeira vez que corre a prova de Boston. “É a realização de um sonho”, revela.

Para estar nesta prova, a maratonista começou a treinar há três meses, com o treinador Juliano Pereira, que também vai correr a maratona. “Será um desafio, porque treinamos nos meses mais quentes de Joinville e lá devemos ter temperaturas entre 5 e 10º. Eu gosto de correr em dias mais frios e com chuva”, assinala.

A preparação, além dos treinos, inclui alimentação, boas noites de sono e planejamento de cada etapa da prova. “O atleta profissional ou amador precisa ser disciplinado, estar bem psicologicamente para lidar com as pressões externas, tanto da família como de amigos. Treino perdido não se recupera”, alerta.

A disciplina usada para correr, Roselene leva para a sala de aula. “Acredito que é um diferencial e um exemplo que motiva os estudantes a buscarem seus objetivos. Parados não chegamos a lugar nenhum”, garante.

A Maratona de Boston é a mais antiga sem interrupção do mundo, corrida pela primeira vez em 1897 e integrante da "World Marathon Majors", sendo uma das seis integrantes ao lado de Londres, New York, Chicago, Berlim e Tóquio.

Roselene

Leia a entrevista com Roselene Fenske:

Reselene, como você começou a correr?

A empresa em que eu trabalhava fez um evento para comemorar o Dia da Água com uma corrida trail. Fui participar, porque sempre gostei de qualquer atividade física, sempre que me chamam eu vou.  Participei da corrida e cheguei em segundo lugar geral. Foi uma corrida de três quilômetros e eu nunca tinha corrido ou mesmo me preparado para esse percurso. Assim que cheguei em casa com o troféu, não tive dúvidas que eu queria seguir nesse esporte. Conheci uma assessoria de corrida, e comecei a treinar as técnicas. Ali eu vi que ser atleta é uma tarefa desafiadora, mas também foi a partir dessa assessoria que eu tive os meus melhores tempos em corrida e nunca tive lesão. Sempre segui a planilha religiosamente.

Depois de alguns anos nas distâncias cinco, dez e 15 quilômetros, resolvi fazer a meia maratona, de 21 quilômetros. Meu treinador dizia que eu precisava participar de no mínimo cinco provas de meia maratona para tentar uma maratona. Eu sempre considerava que jamais disputaria uma maratona, achava que não daria conta, porém o desafio falou mais alto e resolvi fazer a primeira em 2018. No ano seguinte fazia planos para fazer a primeira Maratona de Berlim. No entanto, veio a pandemia e o evento foi sendo adiado por algumas vezes. Assim, eu acabei desistindo dela e continuei nas provas curtas.

Em 2022 voltei a maratona, resolvi fazer a prova de Curitiba, pelo percurso desafiador e pelo clima. Foi no verão, com calor, sol, elementos que são desafiadores para uma corrida. Foi uma boa corrida, mas meu tempo não foi muito bom. Eu passei a perseguir um melhor índice nesse tipo de prova.

Em 2023, fui à Maratona de Santiago (Chile), a Maratona Internacional de Florianópolis – essa que me deu o índice para Boston – e a Maratona Internacional de Curitiba.

Roselene

Esperava chegar ao nível de correr maratonas internacionais?

Não, nem em meus melhores sonhos, pensaria que isso seria possível. Entretanto, meu treinador sempre comentou a respeito das Majors – que são as seis maiores maratonas do mundo – e do desafio que elas representam. A partir desses comentários do treinador, eu comecei a me interessar e sonhar que talvez pudesse ser possível. Boston era o maior desafio, porque essa maratona, é a mais tradicional, realizada desde 1897, sem interrupções mesmo em tempos de guerra. É a mais disputada em quantidade de inscrições, por este motivo para participar dela precisa ter índice do Brasil e aprovado por Boston para limitar a quantidade de participantes em 35 mil inscritos. Além disso tudo, ela é muito mais desafiadora, pelo percurso de subidas e descidas.

Quais os benefícios que você sente com as corridas?

Eu sinto que todos os dias após o treino, eu fico cheia de motivação para trabalhar, para curtir a vida. A alegria faz parte dos meus dias, porque a corrida provoca um relaxamento, um estado de espírito que eleva para a tranquilidade de seguir sem preocupações. Toda vez que eu tenho um problema difícil de solução, eu saio para correr, quando volto, normalmente eu tenho a solução ou ele se tornou menor do que eu pensava antes de sair.

Além da saúde, há um componente de autossuperação neste processo?

Com certeza é o maior deles para mim, foi aprender a curtir o processo. Sempre queria resolver as coisas de forma rápida e ansiosa, e quando eu inicio um processo de treino para maratona, passei a perceber que são meses [de empenho], que precisa gerir toda a vida social, familiar e de trabalho, e não tem como agilizar, não tem como desistir e não tem como mudar o planejado. Então saber curtir o processo foi o grande aprendizado para a vida. É o treino que define o sucesso da prova, é nele que eu foco, é ele que mexe com o psicológico e todas as capacidades de gerenciar o dia a dia.

Roselene

Que outras corridas você já está planejando?

Em 2024 farei 4 maratonas. Além de Boston, farei a maratona Internacional de Porto Alegre, a Maratona Internacional de Florianópolis e a Maratona Internacional de Curitiba.

Como é sua rotina de preparação e treinos?

Durante o preparo para uma maratona, são três meses de planilha para este objetivo. Normalmente meus treinos são durante a semana, então eu os gerencio, gosto de treinar pela manhã, se tenho que dar aula, nesses dias meu treino inicia às 4h30 da manhã e depois vou dar aula, nos dias que não dou aula de manhã, meus treinos iniciam às 5h30. Normalmente entre uma hora e uma hora e meia de treino e depois eu vou para academia mais uma hora de reforço muscular. Entre 8h30 e 9 horas da manhã já fiz minhas atividades físicas diárias.

Fim de semana treino somente quando o volume de treinos começa a aumentar e chega a ter entre 30 a 35 quilômetros de treino, nesse caso são mais de três horas treinando, normalmente deixo para sábado de manhã cinco horas ou no domingo de manhã temos um grupo que se reúne os domingos saindo às seis da manhã para treinar juntos, porém cada um com sua planilha. Normalmente fim de semana se tiver treino entre 9 e 10 horas já estamos liberados para curtir o fim de semana.

E os cuidados quanto à alimentação?

A alimentação precisa ser controlada, no carboidrato bom e também na proteína. Precisa suplementar para o corpo aguentar o volume de treinos, que nas últimas semanas fica entre 90 a 110 quilômetros por semana. Retiro o açúcar, carboidrato branco, lactose e tudo o que pode inflamar o organismo. Cuido da hidratação, principalmente nos treinos do verão, durmo cedo, porque acordo cedo.

Faço outras atividades físicas, como musculação como reforço para corrida, voleibol uma vez por semana, treino de corrida de três a quatro vezes na semana (no auge dos treinos para maratona são quatro a cinco dias), uma vez por semana faço dança e jogo bolão profissional, inclusive nos Jogos Abertos de Santa Catarina (JASC), mas este ano tive que me afastar do bolão devido às maratonas.

Roselene

E outras atividades de lazer?

Uma vez por mês, saio com um grupo de amigas para tomar um café, temos um clube que reúne mulheres ao redor da mesa para desacelerar, a única regra é que não pode falar de trabalho e problemas. A cada três meses me reúno com o clube do vinho, que reúne mulheres como mesmo propósito do clube do café, porém tomando vinho.

Sábados e domingos são reservados para a família. Saímos para pescar, tomar um café juntos. Gostamos de estar na zona rural de Joinville, normalmente estamos passeando nesses lugares.

Assim concilio família, amigos e trabalho.

Como encaixa essa rotina com suas atividades profissionais?

Sou professora no SESI e SENAI, biomédica e terapeuta (tenho uma clínica de estética e terapias integrativas) e faço faculdade de Educação Física.

O treino sempre acontece. É feito pela manhã, à tarde ou à noite, mas sempre será realizado.

Quando o trabalho aumenta muito normalmente o treino é à noite ou na madrugada. Ou ainda antecipo o treino, por exemplo, se tenho treino na terça e já sei que vou trabalhar, eu adianto e faço na segunda-feira que era descanso, vou adequando aos dias, agenda e situações.

 

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência Executiva de Comunicação Institucional e Relações Públicas - GECOR

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