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Opinião: tragédias anunciadas nas rodovias

Confira artigo do presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, publicado no jornal Notícias do Dia desta quarta-feira (17 de abril)

O Morro dos Cavalos é um desafio para a BR-101, pela sua condição geológica. Por isso foi prevista, há mais de dez anos, no projeto de duplicação da BR-101 Sul, a construção de dois túneis de 1,3 quilômetros, viadutos de acesso e proteção das encostas. Nunca saiu do papel por problemas no licenciamento. O fechamento, por mais de 50 horas, nesta semana, da rodovia federal de maior fluxo do estado evidencia o óbvio: passou da hora de enfrentar essa questão.

Além do perigo de desmoronamentos - os mais recentes foram em dezembro de 2022 e agora em abril de 2024 -, o Morro dos Cavalos é um gargalo que reduz a velocidade da rodovia. Isso ficará ainda mais evidente com a conclusão do contorno viário. Pior: constitui elevado risco à vida dos usuários.

A responsabilidade pelo trecho, incorporado à concessão da Arteris em 31 de agosto de 2012, quando foi extinta a praça de pedágio de Palhoça, passou a ser da concessionária, que realizou obras de contenção, manutenção e ampliação da capacidade. Hoje, trafegam por esse segmento cerca de 30 mil veículos por dia. Ele integra um dos mais importantes corredores logísticos do Brasil, de extrema relevância para nossa movimentação portuária e turismo.

A FIESC alerta para a necessidade de construção dos túneis desde antes da discussão sobre as terceiras faixas, cuja implantação representou um paliativo incompatível com a relevância da rodovia. Além dos riscos econômicos que a interdição da BR-101 ocasiona, estamos falando de vidas humanas. Por isso defendemos que a construção dos túneis seja incorporada no processo de extensão da concessão do trecho Norte da BR-101, atualmente em estudo, ou na renovação da concessão, cujo término está previsto para 2032.

Este ano já enfrentamos duas interdições graves decorrentes de eventos climáticos em corredores logísticos essenciais do estado: a BR-101 e a BR-470. Assim, é urgente que SC tenha um plano para mitigar os impactos de eventos climáticos, cada vez mais intensos e frequentes. Na Agenda da Água, a FIESC propões que seja realizado um plano para adaptação às mudanças climáticas para logística, identificando os pontos críticos, rotas alternativas e um plano emergencial para toda a malha rodoviária. Não podemos esperar de braços cruzados pela próxima tragédia anunciada.
 

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