Os indicadores educacionais ruins do Brasil são reflexos da baixa relevância dada ao tema pela maior parte das lideranças públicas, mas também pelos cidadãos. Recente pesquisa da CNI confirma isso. Convidados a responder sobre suas principais preocupações, 65% dos brasileiros colocaram a corrupção como o principal problema do País, seguida das drogas (61%) e da violência (57%). A atenção inédita à corrupção é necessária e natural. Retrata a crise ética do País.
Mas é preocupante ver que a educação sequer está entre os 10 principais problemas apontados pelos brasileiros, que lembraram antes da impunidade, da saúde, da inflação, do desemprego, dos impostos, do desmatamento e da pobreza. Questionados sobre as prioridades para o governo, os participantes da pesquisa pediram primeiro para melhorar os serviços de saúde, controlar a inflação, combater a corrupção e promover a geração de empregos. Só depois destacaram a melhoria da educação.
O levantamento corrobora a percepção dos especialistas de que, apesar do baixo desempenho do ensino brasileiro, os pais estão satisfeitos com as escolas e a aprendizagem de seus filhos. A pouca qualidade da educação impede até a sociedade de perceber que o assunto é pré-requisito para avanços nas demais áreas, como saúde, combate à corrupção ou a geração de empregos.
O Movimento SC pela Educação é um grande esforço para tirar o tema da lanterna de nossas prioridades. Entre suas diversas iniciativas, está o Prêmio SC pela Educação, que encontra-se com inscrições abertas. Ele reconhece as melhores práticas, para que possam ser replicadas. Outra, é o Projeto de Voluntariado, que já envolve 1,8 mil pessoas dispostas a dedicar um pouco de seu tempo para melhorar a educação de 140 escolas inscritas no Estado.
Um dos diferenciais do Movimento está em sua abrangência, envolvendo, além da FIESC, as federações empresariais do comércio (FECOMÉRCIO), da agricultura (FAESC) e do transporte (FETRANCESC), além dos trabalhadores, da Secretaria de Educação, do Conselho Estadual de Educação e da União dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), entre outras entidades e líderes empresariais, que trabalham para colocar o tema no topo das prioridades dos cidadãos e dos governos, por uma educação de qualidade. Como resultante, as demais preocupações serão mais facilmente superadas, começando por meio do voto consciente e da escolha de políticos éticos e preparados.
Confira artigo do presidente da FIESC, Glauco José Côrte, publicado nos jornais Diário Catarinense e A Notícia nesta quarta-feira, dia 6 de julho