Florianópolis, 27.3.2024 – Mais da metade (54%) das emissões globais de CO2 são oriundas da geração e transmissão de energia (que respondem por 30%) e do transporte (24%). Por isso, uma formação profissional que englobe esses dois segmentos tem uma intensa repercussão na sustentabilidade. A análise foi apresentada pelo diretor de e-Mobility da Weg, Valter Luiz Knihs, que proferiu a aula magna da pós-graduação lato sensu Master in Business Innovation (MBI) em Mobilidade Elétrica e Energias Renováveis, do UniSENAI.
O evento foi realizado na terça (26), presencialmente na Academia FIESC de Negócios, e transmitido pelo canal do UniSENAI Digital no YouTube. Assista:
‘Brasil tem o dever de exercer sua liderança na sustentabilidade do planeta’
“O Brasil é um país que, por natureza, é altamente ‘verde’ e tem o dever de exercer sua liderança na sustentabilidade do planeta”, afirmou Knihs, ao destacar os potenciais brasileiros na geração de energias renováveis. Ele citou os elevados níveis de incidência solar no nordeste do país, os regimes de ventos em diversas regiões, as bacias fluviais e as praias. Knihs será professor e curador do MBI e foi anunciado como inspirador e grande idealizador do curso. Ele mesmo se disse um entusiasta da sustentabilidade.
“Queremos acompanhar o processo de capacitação e atualização que a indústria precisa para evoluir ao momento em que os veículos a combustão começam a se adaptar aos elétricos”, afirmou o diretor regional do SENAI/SC, Fabrizio Machado Pereira. “Em 2023, foram vendidos no mundo 14,2 milhões de veículos elétricos e híbridos [a combustão e a eletricidade], um aumento de 35% em relação a 2022. A mobilidade elétrica fará parte de nossa vida”, acrescentou.
Avanços de veículos conectados e autônomos
Na análise do diretor do SENAI, o curso tem o compromisso de provocar reflexões a respeito do crescimento da frota de carros elétricos no mundo, cujas vendas são impulsionadas pela sustentabilidade e pelos avanços tecnológicos que resultam em veículos conectados e autônomos.
Pereira observou o crescimento na procura pela formação na área, já que a terceira turma tem 90 alunos matriculados, oriundos de 64 empresas. As duas primeiras turmas somavam 82 inscritos, representando 40 empresas. Ele destacou que a formação integra o Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), antigo Rota 2030. A iniciativa do governo federal amplia exigências de sustentabilidade da frota automotiva e estimula a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística.
Fabrizio Machado Pereira ainda destacou que, desde 2018, os institutos SENAI de Inovação e de Tecnologia de Santa Catarina já atenderam mais de 200 empresas em 104 projetos de pesquisa aplicada e consultoria tecnológica na área automotiva, mobilizando mais de R$ 90 milhões.
Descarbonização é desafio do setor automotivo
“Esse curso está focado na descarbonização da cadeia automotiva brasileira, um tema muito importante na atualidade e que está no foco do Programa Mover”, lembrou Gustavo Leal, que dirige o SENAI no país. Leal destacou a relevância do setor automotivo brasileiro, que possui cerca de 25 montadoras, quase 500 autopeças, representa em torno de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e possui 1,2 milhão de trabalhadores.
Leal destacou as ações do SENAI do Programa Prioritário Alavancagem e Alianças no Setor Automotivo. “Esse programa tem três características. A primeira é trabalhar com P&D, ajudando as empresas no desafio da inovação, da pesquisa aplicada. [A segunda característica é] a busca do aumento da produtividade, para que se possa elevar a cadeia automotiva para um nível de desempenho adequado a um setor tão competitivo. E a terceira característica é difundir o conhecimento, no qual já tivemos três MBIs na área automotiva 4.0 e agora estamos com esse MBI em mobilidade elétrica e energias renováveis”, pontuou.
Para o diretor de Inovação do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Mauricio Muramoto, as questões de sustentabilidade são um grande desafio para o setor automotivo. Ele destacou a parceria do Sindipeças com o SENAI no âmbito do Mover.
Formação em fluxo contínuo
O diretor regional do SENAI/SC anunciou a oferta, a partir de maio, de 500 matrículas em fluxo contínuo para formações em fontes de energias renováveis, introdução à tração elétrica e sistemas embarcados veiculares. Os cursos, que integram o Programa Prioritário do SENAI para o setor automotivo, serão gratuitos e abertos à comunidade e terão duração de oito horas. Nesta modalidade, não são formadas turmas e o estudante se inscreve a cada momento.
“Esses cursos são 100% EaD e destinados a quem tem interesse em conhecer, ampliar informação ou reforçar entendimentos para o desenvolvimento de sua atuação profissional ou mesmo se conectar com um tema que é uma tendência”, explica a pró-reitora de Pós-Graduação, Extensão e Internacionalização do UniSENAI, Barbara Perez.
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