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Indústrias de SC devem estar atentas à proteção do conhecimento

Palestra da ABIN e do Ministério da Defesa para membros do Condefesa destaca importância de reconhecer perigos de vulnerabilidades e atuar para proteger informações estratégicas nas empresas

Florianópolis, 03.09.24 - A sabotagem e o roubo de informações sensíveis podem estar mais longe das telas de cinema e mais perto da realidade de indústrias de base industrial de defesa do que gostaríamos de imaginar. E proteger um ativo tão valioso como o conhecimento é uma tarefa cada vez mais complexa.
Para preparar e alertar empresas catarinenses sobre os perigos e desafios de proteger o conhecimento gerado em pesquisas e desenvolvimento tecnológico, o Conselho de Desenvolvimento da Indústria de Defesa - Condefesa da Federação das Indústrias de SC (FIESC) organizou nesta terça-feira, dia 3, o Seminário sobre Proteção do Conhecimento, com participação do Ministério da Defesa e da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).

A superintendente da ABIN em SC, Mariana Morosini Müller, explica que a agência tem em sua estrutura uma área de contrainteligência que colabora com outras entidades e organizações brasileiras em iniciativas de capacitação sobre a proteção de informações sensíveis, como o Programa Nacional de Proteção do Conhecimento Sensível (PNPC).



Durante o evento, a coordenadora-geral do departamento de ciência, tecnologia e inovação do Ministério da Defesa, Fernanda Corrêa, destacou que o Sistema de Gestão do Conhecimento do órgão identificou as competências e as capacidades de nichos tecnológicos, como universidades, centros de pesquisa, laboratórios, redes e empresas de base tecnológica para mapear lacunas científicas, de inovação, falta de recursos humanos e as oportunidades de conexão com a indústria. “Entre as principais vulnerabilidades estão a evasão de talentos, a denegação em programas e projetos focados em tecnologias críticas, o assédio e a cooptação internacional de talentos, o constante monitoramento internacional das bases de dados de P&D brasileiros e a colocação de obstáculos à exploração comercial de inovações brasileiras”, explica. 

De acordo com Fernanda, diante das fragilidades encontradas, o Ministério da Defesa está organizando um programa de retenção de talentos que vai prever bolsas para complementar a remuneração de pesquisadores em áreas estratégicas de defesa, a fim de minimizar os impactos do assédio aos pesquisadores e profissionais brasileiros. 


Atuar preventivamente
O analista da ABIN Robertson Frizero salientou a importância de mapear os riscos de vazamento e compartilhamento de informações sensíveis não só do ponto de vista de barreiras tecnológicas, mas também no comportamento das pessoas envolvidas em projetos estratégicos. 

Em uma era marcada por um incremento nas interações virtuais, na produção de conteúdo e na falta de privacidade, é importante saber filtrar quais informações podem ser compartilhadas, com ou sem consentimento expresso. Num mundo cada vez mais conectado, em que a cultura do compartilhamento é sempre difundida sob um viés positivo, é preciso se preocupar cada vez mais com a proteção de informações sensíveis, avalia Frizero.

Embora não seja um conceito novo, a engenharia social - método usado para enganar, manipular ou explorar a confiança das pessoas com intuito de obter informações privilegiadas - ganha nova escala nesse cenário de hiperconectividade e diluição do conceito de privacidade. De acordo com Frizero, é preciso conhecer como esse mecanismo funciona para poder proteger o conhecimento gerado nas indústrias, institutos de pesquisa e nas universidades. 

Profissionais que lidam com informações estratégicas ou sensíveis precisam ficar atentos a situações em que a engenharia social pode estar sendo usada contra os objetivos da organização em que trabalham. “Espionagem existe. Com menos glamour do que nos filmes, ela começa na engenharia social, com técnicas de entrevista, em reuniões de trabalho, em visitas, em negociações simuladas e até na contratação de ex-funcionários”, explica o analista.

Conhecer e reconhecer esses riscos é fundamental para proteger o conhecimento. Frizero destaca que o primeiro passo de uma organização para se proteger do compartilhamento indevido é conhecer os dados disponíveis. O segundo é desconfiar de aproximações e de interesses demonstrados por pessoas alheias ao projeto, e o terceiro, conter o entusiasmo e evitar decisões precipitadas ao lidar com informações sensíveis. 



Dentro da rotina de uma indústria, existem algumas situações em que se deve estar atento: reuniões e visitas. Para inibir situações de risco, o analista da ABIN lista as principais medidas de proteção que podem ser adotadas.

Em reuniões de trabalho:
- Convide apenas quem tem necessidade de conhecer aquele assunto, ou interesse direto;
- Solicite previamente uma lista dos participantes e desconfie de inclusão de última hora;
- Tenha uma pauta fechada de reuniões;
- Instrua colaboradores sobre o que pode ou não ser compartilhado e
- Solicite a assinatura de termo de compromisso de sigilo

Em visitas de delegações:
- Tenha um dia e horário agendado previamente para a visita, a fim de preparar a empresa;
- Solicite o currículo e dados de visitantes para pesquisar antes e identificar potenciais interesses;
- Mantenha uma pauta e um roteiro fechados de visita, com limitação de áreas a serem visitadas;
- Instrua os funcionários sobre o que pode ser compartilhado na visita;
- Solicite a assinatura de um termo de compromisso de sigilo;
- Garanta que as visitas sejam sempre acompanhadas por pessoal de sua confiança;
- Estabeleça e divulgue as regras previamente;
- Estabeleça locais seguros para reuniões, palestras e estacionamento de veículos;
- Avise colaboradores não envolvidos diretamente na visita para não interagirem com os visitantes e
- Siga o roteiro da visita e evite mudanças repentinas.

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação Institucional e Relações Públicas

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