Assista à íntegra da cerimônia de outorga da Ordem do Mérito Industrial e Sindical.
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Florianópolis, 20.05.2016 – A indústria de Santa Catarina confia nas suas condições de suplantar todos os desafios. “Em crise anterior, embora não da mesma proporção do que a atual, o Brasil demonstrou a sua capacidade de reação, ao aprovar o Plano Real. Que nossas lideranças públicas e privadas saibam se valer dessa lição, para unir a sociedade brasileira em torno de um projeto de resgate de nossa autoconfiança, através de medidas destinadas a recolocar o Brasil na senda do desenvolvimento”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, na cerimônia de entrega da Ordem do Mérito Industrial e do Mérito Sindical, realizada nesta sexta-feira (20), em Florianópolis. A solenidade marcou o encerramento da 5ª edição da Jornada Inovação e Competitividade da Indústria Catarinense, evento que a entidade realizou de 18 a 20 de maio, em Florianópolis, com mais de 4 mil participantes.
Destacando o apoio do governo e do legislativo catarinenses e do Fórum Parlamentar, Côrte disse que, apesar do momento desafiador, é preciso seguir adiante. Ele citou a “Agenda para o Brasil sair da crise 2016-2018”, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e defendeu a iniciativa, pelo novo governo, de medidas capazes de recuperar a credibilidade e, ao mesmo tempo, resgatar a confiança dos investidores e empresários. Para o industrial, sete ações são fundamentais: garantir a sustentabilidade fiscal; garantir segurança jurídica nas relações de trabalho; ampliar o prazo de recolhimento de tributos; acelerar o processo de concessões ao setor privado na infraestrutura; priorizar as exportações e os acordos bilaterais; sustar a imposição de novas obrigações acessórias às empresas, além de regularizar as condições de crédito das companhias, melhorando as condições de acesso.
Neste ano, Ordem do Mérito Industrial de Santa Catarina foi entregue a Cecília Ana Rubini Menegotti (Malhas Menegotti), Cesar Gomes Junior (Portobello), Colombo Machado Salles (ex-governador de SC) e Ninfo Valtero König (Atrio Hotéis). Trata-se da comenda máxima da indústria do Estado. Foi criada em 2000, e reconhece personalidades ou organizações que tenham contribuído para o desenvolvimento da indústria. A Federação também entregou o Mérito Sindical a 17 sindicatos de indústria que cooperam para o fortalecimento da representatividade empresarial catarinense e que permanecem filiados à Federação por um longo período (25 anos, 30 anos, 40 anos ou 50 anos). Clique aqui e veja a lista de homenageados.
Ao receber a comenda, no dia em que completa 90 anos, Colombo Machado Salles foi aplaudido em pé pelo auditório lotado de lideranças empresariais e políticas do Estado. O ex-governador, que discursou em nome dos demais homenageados, afirmou que é impensável o mundo sem a tecnologia, especificamente sem a indústria. “Não teria sido natural ao ser que pela primeira vez pôs a luz a alumiar, a energia a aquecer, a máquina a transportar, sem o surgimento da Revolução Industrial no século 19”, declarou.
A presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Joinville, Maria Regina Loyola Rodrigues Alves, que falou em nome dos sindicatos que receberam a deferência, ressaltou que o momento é de apreensão e, acima de tudo, de muita reflexão. “Esperamos que os três poderes da República constituídos saibam conduzir com bom senso todo o processos em andamento. Esperamos também que, finalmente, promovam mudanças na nossa arcaica legislação trabalhista. Afinal, lá se vão 70 anos desde que o governo Vargas promulgou as leis que continuam regendo as relações entre empregados e empregadores. Desde 1943 pouca coisa mudou nessa legislação. Precisamos urgentemente de uma atualização das normas trabalhistas”, disse.
O vice-presidente da CNI, Paulo Tigre, que na cerimônia representou o presidente da instituição, Robson Braga de Andrade, afirmou que mais do que em qualquer outro período da sua história recente, o Brasil precisa de uma indústria forte, moderna, inovadora, desenvolvedora de tecnologia e agregadora de valor. “O País precisa de uma indústria competitiva, capaz de disputar mercados internacionais importantes, abrindo espaço para os produtos brasileiros e criando mais empregos de qualidade. Precisamos que o País retome os caminhos do crescimento econômico e possa fazer dele eficaz e eficiente instrumento de inclusão e transformação”, afirmou.
Aos homenageados, o governador Raimundo Colombo disse que na sociedade, algumas pessoas se destacam e cumprem, de forma exemplar, um projeto que beneficia a todos, e isso enriquece a sociedade. Em seguida, lembrou que o Brasil tem momentos importantes pela frente e que é hora de fazer as mudanças necessárias.
“A lógica política não mudou. Mudaram as pessoas, o que já é um grande passo. Mas temos que mudar o sistema. É necessário que a gente aproveite e faça as mudanças que precisam ser feitas. O déficit público precisa ser contido com uma reforma corajosa da previdência, estabelecer idade mínima no serviço público – mais de dois terço no serviço público têm aposentadorias especiais. Temos que regulamentar o direito de greve e ter uma legislação trabalhista mais moderna”, defendeu o governador.
Na opinião dele, é preciso convocar o Congresso Nacional extraordinariamente em julho, apresentar a pauta neste período, e votar. “Se deixar para agosto, percebendo o impacto das medidas impopulares, não votam mais”, alertou Raimundo, salientando que em outubro serão realizadas as eleições municipais.
Convênio UFSC – Ainda na solenidade, a FIESC e suas entidades (SESI, SENAI, IEL e CIESC) assinaram termo de cooperação com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) para a promoção do ensino, pesquisa e extensão voltados para a indústria. O acordo prevê intercâmbio de informações e tecnologias, desenvolvimento de pesquisa, suporte técnico e científico no atendimento às demandas da indústria, incentivo à inovação, entre outros. “Conte com a gente. Tudo o que for possível fazer, faremos nas áreas de pesquisa, ensino, inovação e sustentabilidade. A UFSC é parceira da indústria na retomada do crescimento. Sinto orgulho em poder dizer que a Universidade não se furtará aos seus compromisos”, afirmou o reitor, Luis Carlos Cancellier de Olivo.
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