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Indústria da madeira debate risco de escassez de matéria-prima

Representantes da FIESC Alto Vale do Itajaí, Sindimade, Unidavi, Sebrae e Epagri discutiram o tema em reunião virtual

O aumento das exportações de eucalipto in natura para a Ásia está deixando o mercado interno de Santa Catarina desabastecido. No caso da região de Rio do Sul, por exemplo, a principal madeira demandada pelas indústrias é o pinus (85% do consumo). No entanto, a árvore não é o foco do cultivo na região, o que obriga as empresas a buscarem a matéria-prima no Planalto Norte. O assunto é acompanhado de perto pela Federação das Indústrias (FIESC). O presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, salienta que o estado tem uma condição diferenciada para plantio de florestas, que são a base de uma importante cadeia industrial em segmentos como madeira, móveis, papel e celulose. 

“Nas últimas décadas, o setor se modernizou e hoje, além de postos de trabalho, riquezas, impostos e prosperidade, gera sustentabilidade, com o fomento da silvicultura. Ao garantir matéria-prima de qualidade para a indústria de base florestal, a atividade reduz a pressão sobre as florestas nativas. Tanto é que a preservação da Mata Atlântica tem avançado em solo catarinense nos últimos anos, afirma.

Em recente artigo, Aguiar destacou que, embora as condições para o plantio de árvores sejam únicas no estado, a maturação do investimento leva anos. “Por isso, as lideranças estaduais precisam estar atentas, para que áreas de floresta não sejam ocupadas por outras culturas agrícolas, com retorno mais rápido, desarticulando a cadeia produtiva de base florestal. Políticas de estímulo à silvicultura são necessárias. Uma alternativa pode ser a criação de fundos de investimento que apliquem no setor, remunerando os produtores enquanto as árvores se desenvolvem, evitando problemas com capital de giro durante o cultivo”, propôs.

No dia 12 de março, representantes da FIESC Alto Vale do Itajaí, Sindimade, Unidavi, Sebrae e Epagri debateram o tema em reunião virtual, com foco na situação regional. O grupo analisou o passado, quando os incentivos se concentraram na produção de eucalipto. Eles propuseram estratégias para compor um plano de ação, com iniciativas como uma campanha para estimular o plantio de pinus, com informações, orientações e apoio técnico aos produtores.

“É uma honra participar deste projeto, pois a indústria madeireira é uma das mais antigas da região. Nós apoiamos a busca pela autossustentabilidade para fortalecer o setor, que tem um ótimo percentual na geração de empregos. O Escritório de Projetos da FIESC Alto Vale está à disposição para colaborar nas ações”, enfatizou André Armin Odebrecht, vice-presidente da Federação para o Alto Vale do Itajaí.

Uma pesquisa, que está sendo aplicada pelo Sindicato das Indústrias Madeireiras (Sindimade), mostra que cem por cento das indústrias madeireiras do Alto Vale não têm florestas próprias para manter a produção. “Os empresários estão preocupados e precisamos encontrar soluções para a autossuficiência de matéria-prima. Existe comércio para todo tipo de bitola de pinus na região, com melhor remuneração e mais confiança. É um mercado garantido e em casa”, argumentou o presidente do sindicato, Ricardo Rozene Rossini. Ele concluiu afirmando que o pinus também é a madeira mais consumida no mundo atualmente. 
 

Com informações da assessoria de imprensa da vice-presidência da FIESC para o Alto Vale do Itajaí

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