Florianópolis, 19.06.2015 – A indústria catarinense planeja investir R$ 4,4 bilhões entre os anos de 2015 e 2017. Os setores que projetam maiores investimentos são os de agroalimentar (R$ 724 milhões), papel e celulose (R$ 217 milhões) e confecções (R$ 146 milhões). Se considerados também os anúncios de investimentos feitos diretamente pelas indústrias na imprensa, o total previsto para o triênio chega a R$ 6,9 bilhões. Os dados integram a publicação Desempenho e Perspectivas da Indústria Catarinense 2015 lançada nesta sexta-feira (19) pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), com o apoio do BRDE.
O estudo mostra também que, no ano passado, o setor produtivo catarinense fez R$ 2,3 bilhões em investimentos. O valor ficou dentro do revisto para 47% das indústrias, enquanto 32% delas não realizaram a totalidade dos investimentos planejados para o ano. Outros 13% investiram em 2014 mais do que o previsto inicialmente.
Para o ano atual, o valor previsto é de R$ 2,1 bilhões, o que representa um recuo de 12,8% sobre 2014. O percentual de empresários que se dizem otimistas também ficou menor, passando de 66% para 29%. Entre os fatores apontados estão o endividamento das famílias, a corrupção nas esfera pública e as cobranças desmedidas da aplicação das normas reguladoras.
Apesar da redução no orçamento total, o valor previsto para inovação é 76% maior que o registrado no ano passado. “Esse é um dado de extrema relevância e confirma tendência observada nos últimos anos, quando a indústria passou a dar cada vez mais importância para questões como inovação, design e diferenciação de seus produtos”, afirma o presidente da FIESC, Glauco José Côrte. “Em momentos de dificuldades no cenário econômico, como o atual, grande parte das empresas realiza ajustes, buscando ganhos em eficiência. Aqueles que agora investirem em inovação, qualificação de seus trabalhadores e melhorias ou desenvolvimento de novos produtos sairão antes da crise, quando o cenário melhorar”, acrescenta.
O contexto de contração pode ser revertido, na opinião dos empresários, por questões como o câmbio favorável às exportações, o ano sem copa nem eleições, e a expectativa de uma boa safra agrícola. Neste cenário, mais da metade das empresas ainda não fechou seus orçamentos para investimentos nos anos de 2016 e 2017.
O presidente do BRDE, Neuto de Conto, falou do momento econômico e político atual e disse que o custo do dinheiro ficou caro, assim como as taxas de juros. Apesar do cenário atual, ele disse que o banco projeta fechar o primeiro semestre deste ano com 1,8 bilhão em investimentos, valor superior à previsão inicial que era de R$ 1,5 bilhão. “A demanda está forte apesar do cenário”, afirmou, destacando que o BRDE tem 34 mil contratos ativos.
Outros indicadores - Além de dados sobre investimentos, o documento analisa o desempenho industrial e da economia de Santa Catarina, do Brasil e do mundo desde 2013, e faz previsões para 2015 e 2016.
Em 2014, o setor produtivo catarinense teve recuo de 2,3% na produção. Os segmentos industriais que mais avançaram foram os de minerais não metálicos (5,4%), madeira (4,6%) e borracha e plástico (1,4%). Já as maiores reduções foram registradas nas indústrias metalúrgica (-11,7%), de produtos de metal (-8,1%) e de máquinas e materiais elétricos (-7,4%).
No comercio exterior, a publicação confirma o crescimento da China como o segundo maior destino dos produtos embarcados no Estado. O país asiático comprou 41% a mais em 2014, chegando a US$ 979 milhões. Principal mercado dos produtos catarinenses, os Estados Unidos tiveram, em relação a 2013, alta de 13% nas compras, para US$ 1,156 bilhão.
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Fábio Almeida
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