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Indústria catarinense projeta investimentos de R$ 2,7 bi até 2018

Cenário econômico afetou perfil e volume dos investimentos, mostra estudo da FIESC, que aponta projeção de R$ 1,6 bilhão para 2016, valor 28% abaixo do realizado no ano anterior.

Florianópolis, 22.7.2016 – A indústria catarinense planeja investir R$ 2,7 bilhões entre os anos de 2016 e 2018. Para o ano atual, o valor previsto é de R$ 1,6 bilhão, o que representa um recuo de 28% sobre o realizado em 2015. Mesmo assim, o aporte de 2016 deve gerar 2,7 mil empregos. Os dados integram a publicação Panorama e Perspectivas dos Investimentos da Indústria Catarinense - 2015 a 2018, lançada nesta sexta-feira, dia 22, pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), com o apoio do BRDE.

Para 2016, os setores que projetam maiores investimentos são os de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (R$ 599 milhões), produtos alimentícios (R$ 469 milhões) e celulose e papel (R$ 213 milhões).

O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, disse que, na média, a opinião dos industriais é que o pior já passou. “Nos últimos dois meses a situação não piorou em relação aos meses anteriores. A demanda está baixa, mas o índice de confiança na economia tem melhorado mês a mês. Nossa avalição é que mais para o final do ano devemos ter uma posição um pouco mais definida e encerrar o ano, talvez, já com uma curva de crescimento. Quando a pesquisa foi realizada, as incertezas econômicas e políticas eram muito maiores do que são hoje. O último dado sobre o índice de confiança já foi melhor”, avaliou. Contudo, ele alertou que enquanto não for definida a situação política e realizado o encaminhamento de medidas na área econômica e de estímulo ao investimento, certamente, ainda haverá uma retração. “Mas, a tendência é de melhora substancial e de retorno gradativo dos investimentos”, finalizou Côrte. 

O diretor do BRDE, Neuto Fausto de Conto, disse que a crise também oferece oportunidades e exige reflexão dos cidadãos e dos empresários na busca de soluções. Ele informou que, atualmente, o capital do banco é de R$ 1 bilhão, sem considerar os fundos. “Com isso, temos recursos suficientes para fomentar a economia, principalmente a indústria catarinense”, declarou, lembrando que o banco está presente nos 295 municípios do Estado.    

Além das 2,7 mil vagas de 2016, outras 3,3 mil estão programadas pra 2017 e 2018, totalizando 6 mil novos postos durante o período avaliado. Desse total, 4 mil serão abertos em Santa Catarina e 2 mil fora do Estado. O segmento alimentar será responsável por 1,8 mil novas vagas e o de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicação revelou uma expectativa de geração de 1,5 mil empregos com os investimentos até 2018.


A conjuntura afetou o perfil dos investimentos, mostrando que os industriais estão buscando ajustar as operações de suas empresas melhorando a gestão. Houve redução nos percentuais das empresas que pretendem adquirir máquinas e equipamentos (de 63% para 48%), realizar atualização tecnológica (de 54% para 39%) e ampliar a capacidade produtiva (de 51% para 28%).

O estudo mostra que, no ano passado, o setor produtivo catarinense fez investimentos da ordem de R$ 2,1 bilhões. O valor ficou dentro do previsto para 43% das indústrias, enquanto 35% delas não realizaram a totalidade dos investimentos planejados para o ano. Outros 8% investiram em 2015 mais do que o previsto inicialmente. Dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostram realidade semelhante. Cerca de 42% das indústrias brasileiras investiram o previsto no ano passado, enquanto 46% fizeram aportes parciais, 8% cancelaram e 4% adiaram para 2016.

Outros indicadores - A indústria catarinense encerrou 2015 com queda de 7,9% em sua produção e declínio de 12% nas vendas, em termos reais. Foram fechados 36 mil postos de trabalho no segmento de transformação e 8 mil na construção civil.

O menor poder aquisitivo da população, o desequilíbrio das contas públicas, diminuindo sua capacidade de investimento, a alta da inflação e as elevadas taxas de juros foram alguns dos fatores que, conjugados, abalaram a confiança do industrial na economia. Este indicador fechou 2015 em 36,3 pontos. Neste ano, contudo, o índice vem apontando para melhora na perspectiva com a economia, chegando a 46,9 pontos em julho, embora ainda esteja negativo (a partir de 50 pontos o índice aponta confiança).

Apesar dos problemas conjunturais e estruturais do país, os empresários enumeraram alguns pontos positivos que podem favorecer as atividades em 2016: abertura de novos mercados, perspectivas de mudanças políticas, combate à corrupção, taxa de câmbio favorável às exportações, substituição de produtos importados por nacionais e oportunidades no agronegócio, entre outros.

A pesquisa Investimentos da Indústria Catarinense 2015-2018 ouviu 110 empresas do Estado entre os meses de fevereiro e abril de 2016.

Para fazer o download do estudo, clique aqui.


 

Assessoria de Imprensa da FIESC
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