Florianópolis, 02.07.25 - Indústrias catarinenses importadoras de insumos derivados de aço incluídos em dois processos de investigação de dumping pelo governo brasileiro a pedido de siderúrgicas e fabricantes nacionais participaram nesta terça-feira (2), de reunião da Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias de SC (FIESC). Durante o encontro, a presidente da Câmara, Maria Teresa Bustamante, apresentou o estágio atual dos processos e detalhou os próximos passos, de forma a alinhar a atuação estratégica dos importadores nos dois casos.
Os importadores de bobinas ou chapas de aços inoxidáveis laminados a quente que compram insumos da China, Indonésia e Índia estão atentos ao processo iniciado pela Aperam Inox. A empresa, responsável por 100% da produção nacional, pediu investigação de presunção de dumping, o que pode afetar os custos das importações.
O presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico de Chapecó - SIMEC, Carlos José Martinelli, destacou a necessidade de os importadores se organizarem para demonstrar com evidências a capacidade de atendimento da demanda do mercado brasileiro pela empresa peticionária e o impacto de custo no produto acabado com a possível elevação do preço do importado. Na visão dele, as vendas no mercado nacional serão seriamente impactadas pelo alto custo de fabricação e preço a ser praticado, o que demonstra um contrassenso ao se adotar este tipo de medidas apenas na base da cadeia de produção.
No caso da investigação sobre fio-máquina de aço carbono, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) reconheceu que existem elementos suficientes que indicam a prática de dumping nas exportações e da relação causal com dano aos fabricantes domésticos, como a Gerdau e a ArcelorMittal, que motivaram a ação. Os fornecedores investigados por práticas desleais de comércio estão localizados na China e na Rússia.
O vice-presidente de administração de finanças da Fey, Fernando Fey, destacou que os importadores precisam se organizar para contrapor os argumentos das fabricantes nacionais, já que o governo brasileiro tende fazer análises sem considerar o impacto nos demais elos da cadeia produtiva. Ele destacou a ineficácia da ação antidumping sem avaliar o efeito danoso na cadeia de produção.
O fio-máquina é insumo na produção de arames em geral, fixadores, suspensão, cabos, eletrodomésticos da linha branca, além de usos na agropecuária, indústria moveleira, construção civil e indústria de embalagens.
A Câmara de Comércio Exterior da FIESC apresentou ainda aos participantes uma atualização sobre os recentes acordos comerciais firmados entre os Estados Unidos e o Reino Unido e entre os EUA e a China, além do detalhamento do Acordo Mercosul x EFTA ( Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein) assinado ontem.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
Gerência de Comunicação Institucional e Relações Públicas
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