Criciúma, 05.03.2015 – O aumento nas tarifas de energia, a queda da confiança no futuro da economia e a lenta recuperação dos grandes mercados consumidores mundiais são alguns dos principais desafios para a indústria catarinense em 2015. A avaliação é do presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, que realizou palestra nesta quinta-feira (5) na sede da Associação Empresarial de Criciúma (ACIC).
Durante sua apresentação, Côrte destacou que estes fatores se somam a um cenário em que o setor produtivo já tem sua competitividade fortemente prejudicada pela baixa taxa de investimentos, pela legislação trabalhista defasada e pela alta de 41% nos custos industriais entre 2006 e 2013. Isso é ruim, porque em que vez de focar em questões como os seus processos produtivos, os empresários precisam se preocupar com questões que fogem a seu controle, como câmbio, tributos e energia, explicou.
Para sair da crise mais rápido, Côrte defendeu que as empresas invistam na diferenciação de seus produtos, em marketing e na educação de seus trabalhadores, já que as crises também representam oportunidades.
Apesar do cenário desafiador, a indústria de Santa Catarina tem registrado desempenho acima da média brasileira, com destaque para a geração de postos de trabalho . “Em 2014 o setor industrial catarinense liderou a criação de empregos no País em números absolutos”, lembrou, acrescentando que em janeiro de 2015 a indústria catarinense criou 6 mil novas vagas, o segundo melhor desempenho no Pais, que ao todo gerou 22 mil posições.
O presidente ainda ressaltou que a Federação direciona suas ações para mitigar os efeitos deste cenário para a indústria do Estado. Os esforços na área educacional são um exemplo. Na próxima segunda-feira a entidade lança a nova fase do Movimento A Indústria pela Educação, por meio da qual estimula as empresas a investirem na área. Em 2015 a estratégia será convidar o jovem a se tornar protagonista desse processo. Entre outras iniciativas das entidades da FIESC também citou a construção de rotas de crescimento para 16 setores da indústria catarinense, a implementação de 10 institutos de tecnologia e inovação em diversas cidades de Santa Catarina, além do instituto de inovação focado na saúde e segurança do trabalhador.
Nova sede no Sul - A palestra foi realizada após a entrega da nova sede da Federação em Criciúma. Localizado no Centro da cidade, o novo ambiente tem 347 metros quadrados, incluindo auditório, e integra a estratégia de regionalização da FIESC, que busca estar cada vez mais próxima da indústria. “Estamos aqui com satisfação e orgulho. Representamos 27 municípios da região, que possui 5,9 mil indústrias e 79,8 mil trabalhadores no setor”, disse o vice-presidente regional da FIESC Diomício Vidal. Ele destacou que a estrutura fortalecerá o associativismo, para que os empresários da região possam fazer cada vez mais para o crescimento, atuando em conjunto.
“Esta era uma antiga reivindicação e um compromisso nosso. Mas, mais importante do que as instalações físicas, é receber as pessoas, congregar os industriais e trabalhadores, para ser referência na discussão dos assuntos que são relevantes para a região”, disse Côrte.
Mais cedo, a FIESC lançou o programa SESI Matemática na unidade escolar do SESI em Criciúma. A iniciativa, que associa práticas educacionais a recursos tecnológicos, como games online, ensina a matemática de uma maneira mais leve e divertida. Desenvolvido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN), o programa inclui kits com materiais didáticos e bibliografia básica; formação continuada de professores; sistema de avaliação e acompanhamento pedagógico.
O projeto começa na unidade escolar de Criciúma e 90 estudantes das séries finais do ensino fundamental serão beneficiados, além dos 576 trabalhadores que frequentam os cursos de educação básica para jovens e adultos. As regiões do Vale do Itajaí Mirim, Meio Oeste, Vale do Itapocu, Joinville, Grande Florianópolis, Oeste e Extremo Oeste também serão contempladas pelo programa, beneficiando mais 4,2 mil estudantes. As regiões do Vale do Itajaí, Alto Vale, Serra e Planalto Norte também participarão da iniciativa com o kits itinerantes.
Em palestra na ACIC, presidente da entidade afirmou que 2015 e os próximos anos serão difíceis, mas que a crise também traz oportunidades