Florianópolis 10.4.2017 – Num cenário de rápida evolução tecnológica, em que 65% das crianças de hoje executarão empregos que ainda não existem quando chegarem ao mercado de trabalho, a educação ganha relevância inédita para assegurar a competitividade do setor produtivo. A avaliação foi feita pelo presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, durante o XVI Fórum da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime/SC), quando explicou as razões para a criação Movimento Santa Catarina pela Educação, que integra a FIESC, setor público, trabalhadores e as demais entidades empresariais do Estado. O encontro se iniciou nesta segunda-feira (10), em Florianópolis, e segue até quarta-feira (12).
Duas questões precisam ser consideradas segundo Côrte: o nível de escolaridade e a qualidade da educação. No Brasil, a média de escolaridade de adultos é de 7,8 anos, enquanto no México é de 8,6, e de 13,2 na Alemanha. Ao falar da qualidade do ensino, ele citou dados apresentados recentemente na FIESC pelo economista Ricardo Paes de Barros, mostrando que o aumento da escolaridade no Brasil não tem gerado a produtividade esperada. No Chile, por exemplo, cada ano de escolaridade gera US$ 3 mil a mais de produtividade por trabalhador; na China US$ 3,5 mil e na Malásia US$ 2,5 mil por série adicional, enquanto no Brasil esse valor é US$ 0,2 mil. “O Brasil é um ponto fora da curva”, disse o presidente da FIESC.
O resultado é que um trabalhador brasileiro produz um quarto do que o dos Estados Unidos, um terço do que produz o alemão e 40% do que produz o da Coreia do Sul, o que coloca as empresas brasileiras em posição de desvantagem na disputa tanto pelo mercado nacional quanto o internacional. Ele ressalvou que a educação não é o único fator a influenciar esses indicadores, mas certamente o mais importante.
O setor empresarial já reconhece esta realidade, como aponta pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ela mostra que a educação é o principal fator para a competitividade, à frente das tradicionais preocupações como tributação, infraestrutura, inovação, relações do trabalho e ambiente macroeconômico, por exemplo.
O presidente da FIESC ainda citou o Papa Francisco, que afirma que os pais não podem se autoexcluir da educação de seus filhos, mas ao contrario, devem se reapropriar de seu papel insubstituível na educação deles.
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