Florianópolis, 1.7.2015 – A transição entre a escola e o mundo do trabalho suscita inúmeras discussões, entre elas, o quanto a formação dos estudantes está alinhada às exigências desse futuro profissional. Uma pesquisa inédita vem sendo realizada em Santa Catarina para identificar competências e habilidades requeridas pelo mundo do trabalho e analisar o impacto da educação voltada a jovens e adultos que não concluíram o ensino básico em Santa Catarina. A iniciativa é resultado de uma parceria entre a Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) e a Secretaria de Estado da Educação com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que se reuniram na última terça-feira (28) para analisar o andamento da pesquisa.
O assessor do Movimento Santa Catarina pela Educação, Antônio José Carradore, explica que o estudo visa a identificar as reais necessidades do mundo do trabalho, em especial das indústrias, analisando as ofertas das instituições de ensino do Estado. “A pesquisa vai identificar ainda os perfis que são desenvolvidos hoje por meio do ensino médio articulado com o ensino profissionalizante. Dessa forma, poderemos desenvolver novos cursos, alinhados a estas demandas”, ressalta.
O secretário estadual de Educação, Eduardo Deschamps, que também preside o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), explica que a revisão urgente do ensino médio é reconhecida por todos os gestores de educação. “Não podemos continuar a reproduzir o ensino médio de hoje, com 12 ou 13 disciplinas obrigatórias, desconectado da realidade. Temos um alto índice de evasão no ensino médio por conta da dissociação do que se oferece na escola e aquilo que o jovem espera”, ressalta Deschamps. ”O Consed defende que uma das trilhas a ser seguida pelo estudante do ensino médio é a educação profissional. A transição escola-trabalho é um desafio no mundo inteiro”, acrescenta.
Para o especialista em educação do BID, João Marcelo Borges, este estudo servirá de insumo para outros projetos que o BID possui. “Santa Catarina tem uma característica incomum que é a forte presença do setor privado na oferta de cursos no ensino técnico e profissional. Queremos identificar em qual medida há semelhanças e diferenças entre as ofertas públicas e privadas”, salienta.
O estudo é conduzido pela Fundação Getúlio Vargas. Além de verificar se as competências desenvolvidas pelo jovem durante a formação profissional atendem às exigências do mercado de trabalho, a pesquisa analisará a eficácia e o impacto da oferta de educação para jovens e adultos trabalhadores da indústria, além da possibilidade de disseminar essa formação à população com escolaridade básica incompleta - inserida ou não no mercado de trabalho.
Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina