Florianópolis, 10.07.24 - Reduzir a pegada de carbono e otimizar custos e tempo de obra estão entre os principais desafios da indústria da construção civil em Santa Catarina. Com foco em contribuir para a solução dessas questões, empresas de tecnologia e startups israelenses apresentaram às empresas membros da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Construção (CDIC) da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) produtos e ferramentas desenvolvidos em Israel.
O evento online organizado pela Embaixada de Israel, CDIC e Câmara de Comércio SC/Israel, teve a apresentação de cinco negócios, que vão desde a coleta de dados em obra por sensores inteligentes até o desenvolvimento de concreto biológico, com a redução do cimento em 50%.
Para o presidente da Câmara da Construção, Marcos Bellicanta, a indústria catarinense tem investido em novas tecnologias para se manter competitiva, para atender consumidores cada vez mais exigentes e para se tornar mais sustentável. “Santa Catarina tem atraído um número cada vez maior não só de turistas mas também de pessoas vindo morar no estado, em busca de mais segurança e qualidade de vida. Isso se reflete num mercado de imóveis aquecido, mas também em desafios para as construtoras, que precisam estar atentas aos desejos do consumidor e sempre em busca de inovação em seus processos”, destaca. Desde 2017, a população catarinense cresceu 15%, segundo o IBGE. Das 20 cidades com maior aumento populacional no estado, conforme o último censo, 18 estão no litoral.
Concreto
A empresa Green Vibe desenvolveu uma tecnologia para medir a força, densidade, umidade e facilidade de trabalhar com concreto, usando sensores inteligentes para determinar a qualidade e velocidade do concreto na obra. O objetivo é reduzir ineficiências e o desperdício em 50%. Além da economia, a solução também tem como foco reduzir a emissão de gás carbônico na atmosfera, já que a indústria de concreto é responsável por 7% a 8% das emissões globais. Estimativas da empresa apontam que a redução da emissão usando a ferramenta chega a cerca de 47 toneladas a cada 1mil m³ de concreto utilizados na obra.
Na esteira da descarbonização na indústria de concreto e cimento, responsável por 10% de toda a água e energia consumidas na indústria ao redor do globo, a startup Starstone quer revolucionar a produção por meio do desenvolvimento de um material alternativo, que usa bactérias e fermentação para criar concreto biológico. Usando bioengenharia, o processo usa a fermentação similar ao vinho e a cerveja para acionar o crescimento rápido de cristais de carbonato como os encontrados no calcário. Misturando areia e agregadores a essa mistura, a empresa produz concreto a partir de materiais biológicos. A expectativa é de que em três anos o processo produtivo seja economicamente viável, com preços competitivos em relação à mistura tradicional.
Dados e inteligência
O uso de inteligência de dados e algoritmos de inteligência artificial também estão ganhando espaço nas construtoras. Nesse sentido, a empresa Innogration desenvolveu um sistema de apoio à decisão baseado em inteligência artificial preditiva. A plataforma unifica e integra diferentes fontes de dados e usa um algoritmo para prever problemas e oferecer insights aos usuários, reduzindo riscos, tempo de obra e custos e ainda otimizando processos.
A estimativa de custos de uma obra é fator primordial para um empreendimento e contar com um processo de orçamento automatizado, fácil de usar e adaptável para diferentes realidades pode fazer a diferença para aumentar a rentabilidade de um projeto. Foi com esse objetivo que a ConWize desenvolveu uma plataforma de gestão de projetos de construção que facilita a elaboração de orçamentos de obras, propostas e até licitações.
Sustentabilidade
A economia de energia também é um dos fatores que preocupa as construtoras, já que é um atrativo na hora da venda. No caso de unidades residenciais, sistemas que conservam ou reutilizam água e energia contribuem para contas de condomínio menores, além de terem apelo aos consumidores mais preocupados com a sustentabilidade. A Sowillo desenvolve sistemas de gerenciamento de água quente para empreendimentos multifamiliares, usando energia renovável como fonte primária e reaproveitando o calor da água aquecida.
O aquecimento de água é responsável por 24% das emissões de carbono em edifícios residenciais. No Brasil, o chuveiro é o principal vilão da conta de luz, responsável por 24% a 35% do consumo - dependendo do número de moradores e duração do banho - e soluções alternativas, que permitam menor consumo de eletricidade são diferenciais para os empreendimentos.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
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