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Empresários reforçam compromisso com a educação

Durante evento estadual realizado em Jaraguá do Sul, FIESC evidenciou relação entre o investimento na qualificação do trabalhador e produtividade

Jaraguá do Sul, 4.4.2017 – O setor industrial catarinense reforçou o compromisso com a educação e o desenvolvimento na manhã desta terça-feira (4) em Jaraguá do Sul, durante evento promovido pelo Movimento Santa Catarina pela Educação. Além de empresários, participaram especialistas em educação para propor iniciativas voltadas à área. O presidente da FIESC, Glauco José Côrte, lembrou aos industriais porque a entidade decidiu colocar a educação no centro da agenda empresarial: trata-se de uma questão de competitividade. O vice-presidente regional Célio Bayer chamou atenção para o formato do evento: gerar propostas, boas ideias e ações concretas e, principalmente, exequíveis. As iniciativas levantadas agora serão tabuladas pela equipe do Movimento para incorporação no plano de trabalho deste ano.

No Brasil, a média de escolaridade de adultos é de 7,8 anos, enquanto no México é de 8,6, e de 13,2 na Alemanha, países que competem com o Brasil. A qualidade da educação, argumentou Côrte, é um dos motivos para a baixa produtividade do trabalhador brasileiro, que produz um quarto do que o dos Estados Unidos, um terço do que produz o alemão e 40% do que produz o da Coreia do Sul, o que coloca as empresas brasileiras em posição de desvantagem na disputa tanto pelo mercado nacional quanto o internacional.

Além de destacar essa desvantagem, o presidente da FIESC chamou atenção para o risco do cenário se agravar dramaticamente, considerando os grandes desafios que a sociedade tem pela frente em função das grandes transformações em curso, especialmente no campo tecnológico. Dois exemplos: 30% dos empregos atuais não existiam há 10 anos; 65% das crianças executarão empregos que não existem ainda hoje, conforme o Fórum Econômico Mundial.

Um fato recente é o claro reconhecimento desta realidade pelos empresários, que, conforme pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), colocam a educação como principal fator para a competitividade, à frente das tradicionais preocupações como tributação, infraestrutura, inovação, relações do trabalho e ambiente macroeconômico, por exemplo. “É por isso que criamos o Movimento Santa Catarina pela Educação: para articular, mobilizar e influenciar, com foco na educação para o mundo do trabalho. Queremos elevar a escolaridade básica e prover educação profissional e tecnológica compatível com as funções desempenhadas pelos trabalhadores”, resumiu Côrte.

O colunista do Valor Econômico Naércio Menezes Filho reforçou a mesma linha de raciocínio ao afirmar que, no longo prazo, o que leva ao crescimento sustentável é a produtividade. Ele ressaltou a relação direta entre escolaridade e redução da desigualdade de renda e da pobreza, problemas históricos do Brasil. “Investir em educação e saúde significa crescimento com justiça social”, disse, acrescentando que isso evitará, no futuro, a necessidade de programas de transferência de renda como o Bolsa Família, por garantir autonomia às pessoas.

Os resultados práticos do investimento na educação, tanto para as indústrias quanto para as pessoas, foi relatado pelos empresários Laurico Caviquiolli, da Alenice Indústria Têxtil, Carlos Stein, da BN Papel, e pelo executivo da Weg, Ilton Faria. Durante debate mediado por Maurício Goldstein, da Coral Consultoria, realizado dentro do evento, eles foram unânimes em evidenciar a evolução dos trabalhadores, que ampliaram a capacidade de desenvolver suas atividades e, ao mesmo tempo, evoluíram em suas carreiras. “Investir em educação dá lucro. Recupera-se cada centavo”, resumiu Stein.



 


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