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ArcelorMIttal apresenta projeto do caminhão elétrico. (Foto:Filipe Scotti)
Florianópolis, 06.06.24 - Cada vez mais atentas a iniciativas em prol da redução de emissões de gases do efeito estufa, as indústrias de Santa Catarina voltam sua atenção para o impacto da pegada de carbono no transporte de suas cargas. A FIESC organizou nesta quinta-feira, dia 6, uma reunião conjunta das câmaras de Transporte e Logística e de Meio Ambiente e Sustentabilidade para debater a descarbonização na logística de transportes.
Só para se ter uma ideia, em 2021, o transporte de cargas foi responsável por 5% das emissões brasileiras, e deste montante, 94% são oriundas do transporte rodoviário, segundo relatório do SEEG.
Diante desse cenário, algumas empresas que atuam em SC buscam alternativas para levar a descarbonização para além de suas atividades fim, trazendo para sua responsabilidade contribuir para a redução de emissão no transporte de seus produtos ou insumos.
É o caso da ArcelorMittal, que em junho passa a transportar sua primeira carga de 50 toneladas por um caminhão elétrico. A empresa identificou que sua pegada de carbono no transporte era equivalente às emissões da operação da fábrica, o que motivou a pesquisa de soluções para reduzir o impacto ambiental também na logística de transportes.
O chefe de logística da empresa para a região Sul, Marcelo Campos, explica que após testes bem sucedidos em janeiro, a ArcelorMittal decidiu firmar uma parceria com 4 dos transportadores que atendem a companhia para adotar uma frota de 5 caminhões elétricos, para rotas de até 400 Km. “O objetivo é transportar 9% do nosso volume de cargas por meio dos caminhões elétricos pesados. Para isso, as empresas transportadoras vão investir nos caminhões e a ArcelorMittal vai providenciar os pontos de abastecimento, com a compra do equipamento e fornecimento da energia por 3 anos”, explicou.
Campos destacou ainda que a adoção do caminhão elétrico para parte da frota tem como objetivo principal o aprendizado e a coleta de dados e informações para embasar decisões futuras. De acordo com ele, do ponto de vista financeiro, a iniciativa aumentaria o valor do frete em 30%, impacto direto da diferença de preço entre um caminhão movido a diesel e um elétrico, modificado para cargas pesadas, de 120 ton, mas devido a parceria com os transportadores, o custo será mantido. “A questão financeira tem de ser bem balanceada com a questão ambiental e com uma visão de longo prazo”, destacou.
Transição energética
Considerado o combustível mais viável para a transição energética, o gás natural é uma alternativa para reduzir emissões, apesar de sua origem fóssil. Nesse sentido, a SCGás apresentou os planos da companhia para expandir sua rede de postos GNV e GNC em Santa Catarina. Hoje, o estado é o 3º com a maior rede de postos de abastecimento, com 141 estruturas. Destas, 130 são de GNV, abastecidas diretamente pela rede da companhia, e mais 11 postos abastecidos por transporte de gás comprimido.
O engenheiro da companhia, Ronaldo Macedo Lopes, explicou que SC tem um diferencial importante em relação à distribuição dos postos no território catarinense. “Isso permite que não só veículos leves, mas também os de carga movidos por gás natural possam transitar por boa parte do estado”, destacou.
De acordo com Lopes, até 2029 a SCGás deve implantar mais 19 postos de abastecimento no estado, dentro do programa Corredores Azuis, em consonância com o Ministério de Minas e Energia. O programa visa instalar postos ao longo dos principais corredores logísticos. Hoje, já são 62 unidades ao longo das BRs 101, 280, 282 e 470.
O próximo passo é implantar postos em: Campos Novos no entroncamento da BR 470 com a BR 282; na entrada da SC 350 em Santa Cecília; no entroncamento da BR 116 com a BR 280 em Mafra; e Vargem Bonita na SC 153, ampliando a rede de GNV para o interior. Numa terceira etapa, os municípios de Chapecó e Maravilha, avançando na infraestrutura para abastecimento de caminhões.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
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