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Empresário deve tocar seus planos, independentemente do governo, diz Côrte

Durante palestra em São Bento do Sul, presidente da FIESC defendeu “o exercício da inovação nas empresas”, apesar das incertezas políticas

São Bento do Sul, 3.12.2015 – “O ano de 2016 vai ser tão duro quanto 2015, mas será pior se nos encolhermos. Nós temos que dominar a crise com ações positivas e concretas”, defendeu na noite desta quinta-feira (3), o presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte. Os empresários devem avaliar o que pode ser melhorado no âmbito de suas empresas, “fazendo o exercício da inovação, investindo o que for possível e se preparando para o crescimento, quando ele for possível”, afirmou, durante palestras a empresários de São Bento do Sul.

Apesar das incertezas políticas, da crise econômica e ética, que caminha também para uma crise social, já que houve 1,5 milhão de demissões, os empresários devem se manter firmes, afirmou Côrte. “Albert Einstein, em 1930, dizia que o mais grave da crise é quando as pessoas não se dispõem a combate-la. Aí ela fica grave. Nós temos que reagir e não deixar que a crise domine nossas ações”, acrescentou. E sugeriu aos industriais catarinense seguir a recomendação do vice-ministro da economia da Alemanha, Matthias Machnig, que em setembro, durante o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, afirmou que os empresários de seu país aprenderam a trabalhar independentemente do governo. “Devemos fazer nossos planos e tocar em frente, pois assim teremos condições de vencer a crise”, resumiu Côrte.

Ao destacar a conjuntura atual, o presidente da FIESC alertou para a crescente alta da taxa de inflação, que deve fechar o ano em 9,9%, bem acima dos índices registrados em países como Canadá (0,5%), Alemanha (0,3%) e Estados Unidos (0,2%). No caso da indústria, os indicadores são negativos para produção industrial, que acumula queda de 7,4% até setembro, e nas vendas, que somam retração de 9,6% no mesmo período. As exportações catarinenses de janeiro a outubro diminuíram 15,8% e as importações 18,8% no mesmo período. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, registra 2% de queda nos primeiros nove meses do ano sobre igual período em 2014. O mercado de trabalho acompanha a conjuntura adversa: foram fechadas 3.259 vagas na indústria de transformação catarinense até outubro.

Aos empresários presentes, Côrte defendeu a inovação como condição para competitividade, acesso a mercado e produtividade. Ele destacou ainda as ações da FIESC e suas entidades nas áreas: ambiente institucional, inovação, educação e qualidade de vida.

No encontro, o vice-presidente regional da FIESC Arnaldo Huebl chamou atenção para os esforços do setor industrial em manter o nível de emprego na atual conjuntura, o que, destacou, é especialmente importante porque a intensificação do ritmo de demissões teria forte efeito multiplicador negativo na economia.

O diretor de desenvolvimento institucional e industrial da FIESC, Carlos Henrique Ramos Fonseca, apresentou o Programa de Desenvolvimento Industrial Catarinense (PDIC). Ele vai propor ações futuras e promover, no longo prazo, uma dinâmica de prosperidade industrial, a partir de rotas de crescimento dos setores produtivos estratégicos do Estado.

No setor de madeira e do mobiliário, que é destaque em São Bento Sul, uma das oportunidades destacadas pelo PDIC é o comércio exterior, independentemente do câmbio. Entre as questões centrais para que as empresas possam ser competitivas e explorar o potencial de negócios no exterior está a inovação, com a necessidade de atenção cada vez maior design. Automação industrial, biotecnologia na produção de madeira, nanotecnologia na produção de chapas, móveis para idosos, otimização dos espaços e substituição de materiais são algumas das tendências apontadas como estratégicas para o setor pelo PDIC.

Durante o encontro com os empresários de São Bento do Sul, em interação ao vivo com o Observatório de Inteligência Industrial da FIESC, em Florianópolis, foi demonstrado que a China importa mais de 40% dos móveis negociados no mercado internacional. Santa Catarina, contudo, tem focado mais a relação com importadores dos Estados Unidos, tendo, portanto, uma oportunidade de buscar o mercado asiático.

Indústria News

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