Florianópolis, 28.9.2023 - Um total de 68 estudantes, de 15 indústrias e organizações ligadas ao setor da moda catarinense apresentaram, nesta quarta-feira (28), os resultados da implementação dos projetos realizados no âmbito do Priori Moda, iniciativa da Academia FIESC de Negócios e do UniSENAI. A atividade foi o encerramento de uma ação iniciada em abril de 2022, com um curso de pós-graduação, com duração de 12 meses e cujo trabalho de conclusão foi a concepção em equipes de projetos de reinvenção, por meio de roadmaps – ferramenta visual, uma espécie de mapa, para orientar uma equipe na execução de um projeto. No semestre seguinte, com novas rodadas de mentoria, cada projeto foi implementado na respectiva empresa.
O Programa Integrado de Reinvenção da Indústria (Priori) é uma “jornada de estratégia”, na qual as equipes de alta liderança das indústrias desenvolvem o roadmap de reinvenção de seus negócios. Os conteúdos são atualizados para o desenvolvimento de insights, mentoria e apoio à implementação de seus projetos. “Em cada turma, há também um grande estímulo para a formulação de alianças entre as empresas participantes”, explica a coordenadora do Priori Moda, Martina Kostolowicz. A Academia FIESC e o UniSENAI também lançaram programas semelhantes focados nos setores industriais de alimentos e eletrometalmecânica.
“Os projetos implementados nas 15 empresas mostram que é possível fazer a transformação da indústria, basta ter método e dedicação”, afirmou o diretor de Inovação e Competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates.
Marca própria e pijamas para pets
“Nosso propósito foi consolidar uma mudança disruptiva na cultura da empresa”, explicou a diretora comercial da Mensageiro do Sonhos, de Brusque, Patrícia Conti, uma das cinco representantes da empresa no Priori Moda. Nessa transformação, a companhia, especializada em moda íntima linha noite (pijamas, camisolas) e homeware (roupas confortáveis para estar em casa) apresentou dois projetos. O primeiro é uma linha Pet, com pijamas para a família e para os bichinhos de estimação. “Para a família inteira”, destaca a executiva.
O segundo projeto é a implantação de uma loja conceito da marca, em Florianópolis, que será a 14ª da rede própria de varejo. A iniciativa está ligada à mudança de foco que a empresa vem adotando nos últimos cinco anos. A empresa passou a reduzir a política que adotou nas duas primeiras décadas de existência, de ênfase em Private Label (PL), ou seja, vendas a grandes magazines, com a marca destes, e passou a dar ênfase à venda com a marca própria, por meio de suas atuais 13 lojas e 42 representantes, que colocam as mercadorias em mais 1,2 mil estabelecimentos comerciais do país. “Passamos a dar um novo olhar à nossa marca”, acentua Patrícia. “O Priori Moda nos permitiu consolidar essa mudança cultural”, afirma Patrícia. A participação da modalidade PL caiu de 70% para 42%, enquanto a marca própria, que tem maior rentabilidade, cresceu de 30% para 58%.
A nova loja, cuja localização na capital catarinense está sendo negociada, servirá como um laboratório de inovações. Nela, poderão ser testados e exercitados novos produtos ou serviços. “Ela será completa, com e-commerce, e nela poderemos testar a aceitação de novos produtos”, esclarece a diretora da Mensageiro dos Sonhos.
Reinvenção do pequeno negócio
A reinvenção da indústria não é apenas possível em uma pequena empresa, como pode até ser mais fácil de ser aplicada em um pequeno negócio. Foi com esse entendimento que Ivan Molinari liderou a participação no Priori Moda da Divero Jeans, fundada há 30 anos em Rio do Sul, e que conta atualmente com 45 funcionários. Sem revelar detalhes do projeto desenvolvido, Molinari salientou que se trata de uma melhoria de performance, com mais agilidade na produção e comercialização. “A proposta surgiu a partir de pesquisas de mercado, que nos permitiram perceber o que os clientes realmente almejam”, salientou.
Modelagem em 3D
Também de Brusque, a RosaMaria, empresa especializada em moda fitness fundada há 23 anos, apresentou a iniciativa de desenvolvimento digital em 3D. “A roupa nasce no digital e só depois de aprovada pelos compradores varejistas ou clientes finais é que vai para a produção efetiva”, explica Alex Dimitriadis, que atua como CSO (sigla para Chief Strategy Officer – profissional que lidera times de estratégia e planejamento).
No modelo convencional, uma peça poderia ser refeita até cinco vezes ou mais até chegar ao produto final, sem contar quando o próprio varejo pede mudanças. Por ora, os compradores varejistas já participam da elaboração do produto – alguns até fazem suas convenções de venda apenas em ambientes digitais. A RosaMaria está se preparando para que os consumidores façam intervenções para customizar as peças a seu gosto.
Ainda sem ter os valores finais internos consolidados, a diretora de produto e produção, Rosa Maria Lioto, que empresta o nome à marca, tem uma estimativa de que um produto concebido digitalmente tem um custo correspondente a um terço do convencional. “Precisamos ser mais assertivos, ágeis e baratos”, destaca a executiva. “Estamos incorporando uma tecnologia existente e aditando uma nova forma de fazer”, complementa Dimitriadis.
Participaram da jornada as empresas Altenburg, AMC, Audaces, Cativa, Círculo, Divero Jeans, Grupo Malwee, Latina (Diklatex), Lunender (Grupo Lunelli), Marisol, Menegotti Malhas, Mensageiro dos Sonhos (RC Conti), Rosa Maria, Texneo (Têxtil Farbe), além do Sebrae.
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