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Florianópolis, 20.10.2015 – Para a economia do País voltar a crescer de forma sustentável, o investimento em educação é primordial e exige comprometimento de toda a sociedade. Essa foi a principal defesa dos especialistas do Brasil, China, Estados Unidos e Finlândia que participaram do terceiro Seminário Internacional de Educação promovido pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC). O evento, realizado nesta terça-feira (20), em Florianópolis, reuniu mais de 500 pessoas e teve transmissão ao vivo pelo You Tube.
Ao conduzir a abertura do encontro, o presidente da FIESC, Glauco José Côrte, lembrou que apesar dos avanços importantes, principalmente em termos de acesso, o Brasil ainda não provê uma educação de qualidade para todos. “Apenas um em cada dez estudantes sai do ensino médio com o aprendizado adequado em matemática e menos de três com o aprendizado adequado em português, além de quase metade dos estudantes abandonarem o ensino médio”, salientou.
A FIESC também tem procurado a indústria, outros setores produtivos, a iniciativa privada e o poder público para uma ação conjunta a fim de superar a fragilidade da educação, como recorda Côrte, evidenciando a contribuição das Câmaras Regionais do Movimento A Indústria ela Educação, implantadas nas 16 vice-presidências da Federação. “O propósito é alcançar uma educação de excelência que beneficie os cidadãos e suas famílias e repercuta positivamente no desenvolvimento social e econômico de Santa Catarina”, destaca o presidente da FIESC.
O secretário estadual de Educação, Eduardo Deschamps, lembrou as inúmeras ações da FIESC em favor da educação, destacando que o próprio presidente da Federação é filho do professor José Vieira Côrte. “O Estado de SC talvez viva um dos melhores momentos, poder público e sociedade estão alinhados e estamos conseguindo avançar. Ainda temos muito que fazer, mas estamos obtendo resultados que têm sido referência para o Brasil”, falou.
O diretor do Centro de Crescimento e Desenvolvimento da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Castello Branco, alerta que a educação influencia positivamente o crescimento econômico e reduz a desigualdade social, que representa um fenômeno muito ruim numa economia sem crescimento. “A desigualdade gera insatisfação contra o sistema, problemas sociais e demandas para a intervenção do governo para a concessão de benefícios o que produz por sua vez problemas de finanças públicas e baixa produtividade. Um bom sistema educacional garante mobilidade social e a desigualdade é até positiva, pois gera estímulo para a progressão”, afirma.
Castello Branco lembra que o Brasil está ausente nos principais acordos comerciais firmados recentemente, como a Aliança do Pacífico, o que isola o País em relação ao mundo globalizado. Para ele, o problema do desenvolvimento econômico do Brasil é oriundo da baixa produtividade e da falta de investimentos em capital humano. “A produtividade do trabalho é diretamente afetada pelo fator educação. A força de trabalho mais educada facilita o “aprender fazendo”. Gestores mais qualificados também elevam o nível de eficiência da empresa”, frisa. O diretor da FGV ressalta ainda que a educação é uma das maiores fraquezas estruturais do Brasil.
Google for Education: A FIESC assinou termo de cooperação com o Google para uso de aplicativos da plataforma Google for Education, além de capacitação dos professores que utilizarão as ferramentas. Participarão desta iniciativa docentes das escolas parceiras do Movimento, além dos profissionais das escolas do SESI e do SENAI. Rodrigo Pimentel, um dos executivos do Google for Education, explica que toda a tecnologia desenvolvida pela empresa é pensada para ser usada mais de uma vez por dia e por bilhões de pessoas ao mesmo tempo. “Tem que se olhar o impossível como sendo tangível. Todo o investimento do Google tem se focado em inteligência artificial”, explicou.
Para exemplificar o alcance e impacto das tecnologias desenvolvidas pelo Google, Pimentel citou escolas do Amazonas, onde as aulas são transmitidas via satélite para os alunos; e o canal You Tube Educação, que disponibiliza mais de 13 mil horas de aula produzidas por professores brasileiros. “A aprendizagem pode estar em todos os lugares. Tecnologia não é objetivo, mas um meio para atingi-lo”, lembra o executivo. A plataforma Google for Education oferece tecnologia aberta e gratuita para tornar o aprendizado disponível a todos, em qualquer lugar. Pimentel destacou o esforço de Santa Catarina para melhorar a qualidade da educação.
Finlândia: Atualmente, a Finlândia investe seus esforços na reforma da educação profissional. Seu sistema educacional está entre os que recebem melhor avaliação no mundo. “Precisamos fazer mais reformas nesse campo porque nossa indústria precisa disso. Essa educação profissional é muito importante e precisa ser mais flexível e individualizada”, afirma Essy Ryymin, da Universidade HAMK, da Finlândia. A revisão desses currículos intensifica ainda o desenvolvimento das competências socioemocionais. O país conduz em parceria com a FIESC a formação de professores do SESI e do SENAI.
China: “Há 40 anos, a economia chinesa era muito atrasada, assim como a nossa educação”, afirmou Tiejun Gu, diretor do Confucius Institute, da China. Ele relatou as mudanças realizadas pelo governo em sua reforma do sistema educacional, iniciada na década de 1970, e destacou a obrigatoriedade de, no mínimo, nove anos de estudo, estabelecida em 1986, além da vinculação dos gastos com educação ao Produto Interno Bruto (PIB), determinada em 2002. No ano passado, o país oriental investiu US$ 518 bilhões (4,15% do PIB) no sistema educacional, que atendeu 138 milhões de alunos em 254 mil escolas, por meio de 9 milhões de professores.
Estados Unidos: Para James Ito-Adler, presidente do Cambridge Institute for Brazilian Studies, as universidades estão muito acostumadas a desenvolver soluções inovadoras para serem adotadas por empresas, enquanto deveriam também inovar em sua própria educação. Em sua opinião esta área está muito atrasada no uso eficiente das novas tecnologias. E para melhorar a produção universitária no Brasil, o especialista defendeu a contratação de docentes em tempo integral, a ampliação da infraestrutura de pesquisa e a internacionalização dos projetos.
Durante o evento, a FIESC assinou parceria com a MindLab, uma instituição voltada ao desenvolvimento de tecnologias educacionais. O acordo de cooperação prevê o acesso à plataforma digital chamada Missão Universitário, dedicada especialmente aos estudantes que enfrentarão avaliações como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e o vestibular. O acesso à ferramenta beneficiará 45 mil alunos do Estado e tem parceria da Secretaria Estadual de Educação e da Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho.
O diretor do Instituto Ayrton Senna e conselheiro do Movimento A Indústria pela Educação, Mozart Ramos, lançou ainda seu livro Educação Brasileira: Uma Agenda Inadiável.
Elida Hack Ruivo
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