Côrte defende ações educacionais como estratégia para superar desafios

São Paulo, 21.10.2015 – A educação como estratégia para vencer desafios foi defendida pelo presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Glauco José Côrte, em Fórum Nacional de Educação promovido pelo LIDE. O grupo formado exclusivamente por empresários é um dos mais influentes do País. Em debate, Côrte destacou iniciativas catarinenses, como o Movimento A Indústria pela Educação, que estimula o setor produtivo a investir na qualificação do seu trabalhador. O evento foi realizado em São Paulo, nesta quarta (20), com a participação da presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, e do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin.

Côrte lembrou estudo do economista americano James Heckman, reconhecido no Prêmio Nobel de Ciências Econômicas, que aponta como política mais eficaz o investimento na educação das crianças nos primeiros anos de vida. “A educação se dá sobretudo na primeira infância. Dados da Unicef mostram que filhos de mães menos escolarizadas têm mais chance de morrer antes dos 3 anos de idade”, afirmou Côrte, citando o livro Educação, uma agenda inadiável, lançado pelo diretor do Instituto Ayrton Senna, Mozart Ramos, nesta terça-feira (20), em Florianópolis, no terceiro Seminário Internacional de Educação. 

Dentre as ações promovidas pela FIESC, o industrial destacou a implantação das 16 Câmaras Regionais do Movimento, que serão vinculadas às vice-presidências da Federação; o projeto Conexão Jovem, que conta com o apoio de 32 jovens embaixadores na promoção da causa da educação; e a proposta de lei que estabelece o quarto domingo de abril como o dia estadual da família na escola, entregue ao governador Raimundo Colombo este ano. “Estas são algumas das ações que estamos fazendo para melhorar o nível de escolaridade do nosso trabalhador e, também, de crianças e adolescentes do nosso Estado”, acrescentou. Côrte citou ainda o resultado de uma pesquisa realizada com indústrias signatárias do Movimento que relataram ter ampliado suas ações educacionais a partir da adesão à iniciativa da FIESC. 

Para a presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna, debater o tema educação é importante para o crescimento de um País. “O conhecimento técnico é modernizado a cada dois anos e pelo menos 60% dos estudantes de hoje vão trabalhar em carreiras que ainda não existem”, disse Viviane, citando pesquisa do The Economist Group. “Mais da metade da riqueza produzida no mundo está relacionada a conhecimento. Um software pode valer milhões de toneladas de matéria-prima. O combustível do conhecimento é a educação”, completou.

O presidente do Comitê Executivo do LIDE, João Doria, afirmou que o principal objetivo do fórum promovido pelo grupo é valorizar e perpetuar a educação. “A revolução da educação pode e deve ser feita com os mais carentes, não há outro acesso à cidadania que não seja pela educação. O grande instrumento dessa era será o celular, a troca de dados, a revolução digital. O futuro está aqui, neste celular”, frisou, exibindo um smartphone para demonstrar a facilidade de acesso à informação. 

Para o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, a modernização do setor produtivo exige profissionais mais qualificados.  “É tempo da mudança. Nosso Estado é o maior produtor de cana de açúcar do mundo. Se antes tínhamos um trabalhador para cortar a cana, hoje é tudo mecanizado. Cortador de cana desapareceu”, disse. “Agora, formamos tecnólogos em mecânica de agricultura de precisão. As máquinas tem tanta computação embarcada que precisamos de pessoas qualificadas para operar”, acrescentou. Entre os maiores desafios superados pelo Estado de São Paulo , Alckmin destacou a universalização do acesso ao ensino fundamental e médio. 

O diretor de Educação e Tecnologia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Rafael Lucchesi, também participou do evento e ressaltou pesquisas da CNI que mostram que o empresário reconhece a urgência de se investir na qualificação do trabalhador. Lembrou o excelente desempenho do Brasil no mundial de profissões realizado em agosto. “Temos um dos melhores sistemas de educação profissional do mundo. No Brasil, mais 80% dos jovens não vão para a universidade, mas poderiam ir para o mercado de trabalho se tivessem ensino técnico”, enfatizou. 

Ao final do evento, empresas de todo o País foram reconhecidas no Prêmio SESI SENAI Lide Educação 2015, além do vice-presidente da Fundação Itaú Social, Antônio Jacinto Matias, por suas iniciativas educacionais.

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