São Paulo, 13.8.2015 – A participação na WorldSkills Competition representa a oportunidade da equiparação da educação profissional brasileira com o que há de mais avançado no setor em todo o mundo, em termos de tecnologia, preparação de professores e organização curricular dos cursos. “Na competição, os experts do mundo inteiro atualizam os executivos os descritivos técnicos, a partir dos quais atualizamos também os nossos currículos”, afirma o gerente executivo de educação profissional e tecnológica do SENAI Nacional, Felipe Morgado. Na sua análise, “a indústria brasileira ganha, porque a oferta de educação profissional no País será de alto nível e não perde para qualquer oferta praticada no mundo”. O torneio internacional de educação profissional está sendo realizado no Anhembi Parque, em São Paulo, até domingo. No evento, 1.192 estudantes, de 59 países, disputam o pódio em 50 ocupações, realizando provas com atividades típicas de cada profissão. O Brasil tem 56 competidores, dos quais seis são catarinenses.
Morgado salienta que “a competição ajuda a atualizar os docentes. Vários dos experts brasileiros, que participaram da preparação dos competidores, passaram por processos de treinamento internacional para que pudessem capacitar e desenvolver ainda mais os representantes brasileiros”.
Outra vertente de atualização proporcionada pela competição diz respeito às tecnologias utilizadas, ressalta Morgado. “Um dos grandes objetivos da WorldSkills Competition é demonstrar as novas tecnologias e novos processos de desenvolvimento e produtos para a atualização dos currículos”.
Veja abaixo, as principais tecnologias e exigências das ocupações disputadas pelos seis catarinenses:
Manutenção de Aeronaves
Na competição, o estudante Rodrigo Campos trabalha com equipamentos de eletrônica, metalurgia, tecnologia aeroespacial (são dois modelos de helicópteros), motores aeronáuticos e simuladores. Nos quatro dias de competição, ele terá que desenvolver sete atividades, como diagnóstico de falhas, manufatura (construir peças metálicas), realizar troca de componentes defeituosos e inspecionar helicópteros. Além de conhecer e mostrar habilidades para trabalhar com todas essas tecnologias e executar as tarefas, o competidor precisa demonstrar conhecimento de instrumentação (medidas e grandezas), ser atento e organizado.
Sistema de Drywall e Estucagem
Se ocupa das tecnologias da construção civil, um modo de construção a seco. Nas provas o catarinense Jonatas Walter e seus concorrentes terão que construir paredes. Os exercícios envolvem os níveis básico (paredes planas) e avançado (paredes curvas ou com dilatação). Os competidores também terão que aplicar molduras e revestimentos em gesso. Precisam ter conhecimento das propriedades do gesso (como o tempo de secagem), de matemática, geometria, medidas e grandeza, saber ler e interpretar projetos e manuais, além de serem organizados e detalhistas.
Gestão de Sistemas de Rede TI
Nos quatro dias de competição, Rafael Oening, de Blumenau, terá que executar tarefas como projetar, instalar e configurar cabos, equipamentos, periféricos e programas necessários para a interconexão eficiente entre computadores, roteadores, antenas, scanners, impressoras, dispositivos de segurança, pontos de acesso a redes sem fios e sistemas remotos. Colocará em funcionamento servidores de e-mail e de sites. Além disso, deverá definir as regras de uso e rotinas da rede de computadores, configurando a rede para suportar essas regras. Também deve garantir a manutenção e o funcionamento eficiente dos equipamentos. Para isso, precisa de conhecimentos de matemática e inglês, conhecer os processos de instalação e configuração dos equipamentos, conhecer bancos de dados e aplicativos de internet e ter organização, raciocínio lógico e capacidade de análise de problemas e soluções. Ele também utiliza sistemas operacionais linux, windows server e sistema de configuração Cisco.
Tornearia a CNC e Fresagem a CNC
As duas ocupações consistem na usinagem de peças, ou seja, retirada física de material de um bloco metálico, dando-lhe a forma projetada no desenho técnico (feito em computador, usando um software CAD, por exemplo). Os tradicionais tornos e fresadoras mecânicos, operados manualmente, deram lugar a modernos centros de usinagem, comandados por computador (por CNC, sigla de Comandos Numéricos Computador). Trabalhos que levavam três dias para serem executados em máquinas convencionais podem ser executados em oito horas nos equipamentos modernos.
Na execução das tarefas, os competidores preparam as máquinas e cuidam para o funcionamento correto das diversas ferramentas que podem entrar em ação na usinagem das peças. Nas provas, os estudantes devem realizar cerca de seis peças, com diferentes graus de dificuldades. Cada peça é pré-estabelecida, assim como as faixas de tolerância de erro, que tira pontos e pode variar de 0,03 milímetro a 0,001 milímetro. Os competidores precisam conhecer as propriedades das diversas ligas metálicas e ter conhecimentos de matemática, trigonometria, entre outros. Eles precisam dominar softwares de manufatura e as máquinas que operam custam no mínimo R$ 180 mil (um torno) ou R$ 450 mil (uma fresadora). Os representantes catarinenses nestas ocupações são Alef Scholze (fresagem CNC) e Eduardo Kruczkievicz (tornearia CNC), ambos de São Bento do Sul.
Florista
Executa tarefas como a produção de arranjos em diversos estilos, identificando materiais, aplicando normas de segurança, além de conservação e manuseio de espécies vegetais. A ocupação exige criatividade e inovação. A competidora catarinense é Milena Berkembrock, do SENAC de Indaial.
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