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Florianópolis, 04.07.24 - O evento Radar Pocket, que a Federação das Indústrias de SC (FIESC) realizou em Jaraguá do Sul nesta quinta-feira, dia 4, é uma iniciativa para reverter a desindustrialização do Brasil. A afirmação é do diretor para inovação e competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates. De acordo com ele, Jaraguá pode ser referência em infraestrutura empresarial, infraestrutura de cidade e de região, aproveitando sua vocação.
Para o vice-presidente da FIESC para o Vale do Itapocu, Célio Bayer, o tema do evento, terceiro da Jornada Radar Reinvenção em 2024, tem tudo a ver com o DNA de Jaraguá do Sul e da região. Isso porque a cidade tem exemplos bem-sucedidos de integração entre indústria e comunidade.
Um exemplo disso é a iniciativa da Marisol, indústria têxtil com sede na cidade e responsável pela criação do primeiro Condomínio de Sistemistas Têxteis do país, o SisTex. De acordo com Giuliano Donini, CEO da Marisol, o condomínio funciona como um grande ecossistema têxtil, reunindo fornecedores de insumos e empresas produtoras, fortalecendo as relações entre os agentes do setor e com a comunidade, explicou.
O modelo de negócios foi pensado como possível solução para uma questão antiga do setor têxtil e de vestuário em SC: Porque o setor, que é o maior empregador do estado e tem empresas tradicionais, não conta com a mesma relevância e impacto dos demais no estado? A conclusão para a pergunta é o fato de que o segmento é muito disperso, composto, na sua maioria, por micro e pequenas empresas, o que dificulta a cooperação e a atuação setorial da cadeia. “Não temos nenhuma empresa com mais 1% de participação no mercado, o que ocasiona a falta de referências”, explica. Compartilhar a mesma infraestrutura reduz custos e favorece a troca de experiências. “Na Marisol, só a economia com logística foi de 9% em em algumas unidades de negócio”, destacou Donini.
Para Karisa Ribeiro, especialista do Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, a participação em um ecossistema, cluster ou polo é um fator que contribui para a redução de risco na concessão de crédito, pois eles trazem equilíbrio da cadeia produtiva.
Outro exemplo da região norte catarinense com o compartilhamento de infraestrutura e serviços é o Perini Business Park. Com cerca de 300 empresas, o condomínio de Joinville movimenta 21% do PIB da cidade, o que equivale a cerca de 2% do PIB do estado. O faturamento combinado dos negócios instalados no Perini chegou a R$ 8,4 bilhões em 2022. “A proximidade entre as empresas, com atividades, muitas vezes, complementares, é um dos atrativos. 85% delas fazem negócios entre elas”, explica Antonio Pereira, gerente comercial do Perini Business Park.
Entre os demais benefícios, ele cita a redução de custos com sinergias. Um exemplo é a organização de uma semana da prevenção de acidentes conjunta. Ele destaca ainda a organização de eventos para compartilhar boas práticas e vivências, projetos de inovação e demandas a serem resolvidas.
Para o presidente da Câmara Smart Cities da FIESC, Jean Vogel, é muito melhor para as empresas se conectarem com ecossistemas, com seus parceiros e até com concorrentes se isso permitir colocar boas ideias em prática. "Você tem um ambiente em que você traz o conceito de Smart Cities, os três Cs. A gente só compartilha com quem a gente confia e só confia em quem a gente conhece. Esse tipo de organização permite que você descubra oportunidades que você nem sabia que existia", avalia.
O evento contou ainda com palestra de Rogério Caiuby, conselheiro executivo do Movimento Brasil Competitivo, que falou sobre custo Brasil. A quarta etapa da jornada Radar Reinvenção de 2024 está agendada para o dia 20 de agosto em Criciúma.
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