Criciúma, 01.07.2025 - “Vivemos os lances iniciais de um novo ciclo de choques geopolíticos. São tempos de instabilidade para muitos países, mas de oportunidade real para o Brasil, se soubermos agir estrategicamente”, afirmou o economista e diplomata Marcos Troyjo, durante a palestra “Visão Geopolítica do Amanhã”, realizada nesta terça-feira, dia 1º, pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), na sede da Associação Empresarial de Criciúma (ACIC), em Criciúma.
Na presença de lideranças empresariais e políticas da região Sul, Troyjo fez uma análise contundente dos atuais desdobramentos globais. Ele ressaltou que o mundo vive um processo de reconfiguração econômica, impulsionado por tensões comerciais entre grandes potências, conflitos armados e mudanças estruturais na geografia da produção industrial. “Os choques geopolíticos afetam diretamente as decisões econômicas. Hoje, questões como segurança, abastecimento e estabilidade pesam tanto quanto o custo na hora de escolher onde investir”, explicou.
Troyjo apontou que o Brasil aparece como uma das exceções num cenário em que a maioria dos países enfrenta retração ou riscos crescentes. “Há um movimento de exclusão: a China desacelera e enfrenta restrições ao investimento; os Estados Unidos vivem incertezas políticas; a Rússia está isolada; a Europa lida com desafios energéticos e demográficos. Por outro lado, o Brasil oferece segurança alimentar, recursos naturais abundantes, mercado interno relevante e estabilidade institucional. O sol pode brilhar forte para nós”, afirmou.
O economista lembrou ainda que, desde 2020, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos como principal fornecedor de alimentos para a China, um indicativo da força da agroindústria nacional. Além disso, reforçou que o país pode se beneficiar da relocalização industrial que já afeta a China. “Estamos diante de uma mudança no desenho das cadeias globais de valor. Quem tiver escala, infraestrutura e um ambiente de negócios favorável, poderá atrair investimentos e ganhar protagonismo. E o Brasil tem esses ativos, basta ter visão de longo prazo”, concluiu.
Novos investimentos para a região Sul
Na abertura do encontro, o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar, reforçou a relevância da indústria sul-catarinense, marcada pela diversidade e dinamismo, e apresentou o novo investimento em Criciúma: a construção de uma moderna unidade do SENAI, com capacidade para 5 mil matrículas por ano e cerca de 13 mil m² de área construída.
“Estamos fazendo um investimento de R$ 90 milhões que contempla não só a edificação, mas também o equipamento de ponta. A nova estrutura oferecerá formação profissional em áreas como cerâmica, metalmecânico, vestuário, construção civil, indústria 4.0 e tecnologia da informação”, detalhou Aguiar. A unidade também contará com um Instituto SENAI de Tecnologia, que oferecerá serviços de ensaios técnicos, pesquisa aplicada e consultorias para a indústria da região. “É uma resposta às necessidades da indústria local, que tanto contribui para a geração de riqueza em Santa Catarina”, completou.
A previsão, de acordo com o presidente da FIESC, é que a obra esteja finalizada para o início das operações no começo de 2028.
Com informações da assessoria de imprensa regional da FIESC.
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC
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