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Bem-estar animal e IA na indústria da carne estiveram em debate em Chapecó

Esses temas estiveram em destaque durante o Seminário Internacional de Industrialização da Carne, organizado pelo SENAI/SC como parte da Mercoagro 2023

Chapecó, 18.09.2023 - Temas como o design industrial para prevenir contaminações, bem-estar animal e inteligência artificial aplicada ao setor compuseram a pauta do Seminário Internacional de Industrialização da Carne, o mais importante evento da programação científica da Feira Internacional de Negócios, Processamento e Industrialização da Carne (Mercoagro). O Seminário aconteceu na quinta e sexta-feira (14 e 15), no Salão Nobre da Unochapecó. O evento foi uma ação conjunta entre o UniSENAI Campus Chapecó, o Instituto SENAI de Tecnologia (IST) em Alimentos e Bebidas e a Mercoagro.

A doutora Ellen Lopes, CEO do Grupo Design Food, palestrou sobre “Design higiênico de equipamentos: impactos na operação e segurança de alimentos”. Ela explicou que muitos problemas de contaminação podem acontecer devido a falhas de desenhos de equipamentos ou até das instalações. “Esse é um aspecto muito importante que muitas vezes é relegado a segundo plano por muitas empresas. E ele é tão importante que virou requisito das normas de sistemas de gestão de segurança de alimentos que permitem certificação. Também é objeto de legislação tanto no Brasil quanto na União Europeia, nos Estados Unidos e em vários outros países”, frisou.

O design dos equipamentos é importante porque é a base para que a estrutura não guarde resíduos, que não permita a multiplicação de micro-organismos e que possa ser facilmente lavável, por exemplo. Além dos equipamentos, é preciso analisar as superfícies das instalações, com pisos que não facilitem a contaminação do alimento. “Os detalhes têm enorme importância para evitar contaminações”, sublinhou Ellen.

“Não é só o desenho sanitário de equipamento, mas toda a instalação predial envolvida. É importante que haja uma conscientização da importância desse assunto e que as empresas realmente se dediquem para que suas equipes multidisciplinares possam estudar. É fundamental ter atenção em todo o projeto da instalação fabril, que começa nos arredores, até toda parte predial, dos equipamentos e como eles são posicionados”, concluiu Ellen.

Bem-estar animal

O médico veterinário, mestre e doutor em Zootecnia e embaixador de bem-estar animal na suinocultura pela MSD Saúde Animal, Filipe Antônio Dalla Costa, explanou sobre bem-estar animal. “A qualidade só termina com a satisfação do cliente final. Hoje as pessoas estão interessadas em saber como o alimento é produzido, se é respeitado o bem-estar animal, dos colaboradores e a sustentabilidade do sistema”, destacou, ao comentar que o consumidor associa bem-estar animal com o estado psicológico deles.

Filipe abordou questões de bem-estar animal durante a produção e o abate, com os processos de insensibilização. De acordo com ele, os consumidores querem garantias de que os animais são criados e processados da maneira mais humana possível. “O bem-estar animal é um aspecto sobre o qual os consumidores avaliam as marcas, a preferência é por marcas que compartilham valores”. É um tema relevante na Europa e está crescendo na América Latina. “55% dos compradores acreditam que a transparência de como e onde o animal foi criado e processado é importante, seja da marca ou do supermercado. Falamos desse tema para continuarmos melhorando”, concluiu o palestrante.

Inteligência Artificial

Desmistificar uso de inteligência artificial (IA). Essa foi uma das intenções da palestra “Inteligência artificial na indústria de alimentos: aplicações e cases de sucesso”, com o líder da área de machine learning no Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, Giancarlo Marchesini. Ele salientou que as indústrias da carne há muito tempo trabalham para otimizar suas operações e que o uso da IA permite a automação de tarefas que exigem tomada de decisão inteligente.

Como exemplos de aplicações da IA na indústria da carne citou a identificação individual de cada animal que ajuda na rastreabilidade da cadeia de produção, identificação do comportamento e posição do animal com objetivo de averiguar possíveis doenças ou se o animal está engordando, a contagem de produtos em pallets, a identificação do estado da carne (congelada, descongelando ou descongelada há mais de um dia) e se há alguma adulteração no tipo da carne. A inteligência artificial também pode ser usada para analisar feedback e sentimento de consumidores. Marchesini salientou que a IA deve ser precisa na detecção de contaminação e defeitos alimentares para garantir a qualidade e segurança dos produtos de carne. As empresas que utilizam são responsáveis pela precisão desses sistemas.

O palestrante também explanou sobre como implementar a IA nas empresas. “O sistema acrescentará uma melhor capacidade de tomada de decisões, permitindo, assim, que o trabalhador expanda a sua capacidade de produção ou otimize a utilização do seu tempo e recursos. Além disso, remove o trabalhador de posições de trabalho que possam acarretar acidentes de trabalho. A utilização de IA enriquece a tomada de decisão e na indústria é acompanhada do especialista”, concluiu.

Tendências de mercado

Tendências de mercado: agregando valor aos embutidos” foi o tema que encerrou a programação do Seminário, com a gerente de desenvolvimento de produtos e vendas técnicas da GlobalFood, Juliane Schneider. Ela falou sobre a importância da aplicação de culturas para produtos cárneos, maturados, salame e copa, por que utilizá-las, entre outros assuntos.

Na produção de produtos cárneos embutidos, são utilizados ingredientes alimentares característicos, as culturas, que são concentrados de uma ou mais espécies de cepas microbianas vivas e ativas. A adição dessas culturas contribui para melhorar a segurança dos produtos, otimiza o processo e melhora a qualidade. Também evita a devolução de produtos e descarte de lotes fora do padrão. A palestrante destacou que o uso de microrganismos comerciais é compatível com os requisitos de qualidade quanto à rastreabilidade das matérias-primas e ingredientes utilizados na produção.

 

Com informações da MB Comunicação

Assessoria de Imprensa
Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina - FIESC

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