Florianópolis, 9.6.2016 – Julia Spezia, de 19 anos, é chamada de professora por seus alunos, apesar de não ensinar conteúdos tradicionais e não ter licenciatura ou graduação em pedagogia. Ela tem síndrome de down e trabalha desenvolvendo atividades lúdicas com alunos de uma escola de ensino infantil. Julia é aluna do programa de inclusão do SESI Escola, entidade da FIESC, em Blumenau.
A jovem trabalha de manhã e, à tarde, estuda na escola do SESI. “Ela sempre quis ser professora. O mais bacana é que desde que começou a trabalhar, Julia se tornou mais responsável, se sente importante e valorizada. O amadurecimento dela é notável”, comenta a supervisora de Educação do SESI de Blumenau, Carla Cazarolli.
Julia é auxiliar de sala e trabalha na escola nas terças, quintas e sextas e não segue um planejamento. Ela escolhe com qual turma quer ficar e o que quer fazer. As atividades variam entre contar histórias e promover brincadeiras, mas ela gosta mesmo é de fazer música. “Adoro tocar violão e pandeiro com as crianças”, conta a jovem.
A relação de Julia com a diretora da escola onde trabalha, Raquel Stumpf, é de longa data. A jovem foi aluna de Raquel quando tinha 4 anos de idade. Leandro Spezi, pai de Julia, conta que ele e a mãe, Cilene Spezi, tinham dificuldades de encontrar escolas com professores preparados para atender a filha. Raquel foi a primeira com quem Julia teve mais empatia. “Ela tinha métodos diferentes e conseguia fazer com que Julia acompanhasse os estudos com menos dificuldade”, explica o pai.
Mais de dez anos depois, elas se reencontraram em um shopping da cidade. “Julia olhou pra mim e disse: ‘essa é a Raquel, minha professora’”, lembra a diretora, que a convidou para ajudar na escola. Agora, a parceria é profissional. Nesses dois meses de trabalho na escola, ela compartilhou conhecimentos, mas também aprendeu muito. “Está mais segura, confiante e alegre. Chega em casa cheia de histórias para contar”, relata o pai, todo orgulhoso.
Raquel afirma que a inclusão é uma atitude característica de sua escola. “Aqui, sala de aula é um recurso a mais, não um espaço obrigatório. Criança tem que brincar na rua, subir em árvore e, principalmente, tem que ter sua individualidade respeitada. Incluir é respeitar cada criança porque ela é única, independente dela ter ou não um diagnóstico”, conclui.
Com informações do site Pais e Filhos
Assessoria de Imprensa
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