Chapecó, 15.06.22 - A Escola S de Chapecó, rede de educação básica da FIESC integrada por SESI e por SENAI, promoveu nesta quarta-feira (15) a Caminha Cultural. Estudantes do terceiro ano do ensino médio visitaram alguns dos principais pontos históricos e turísticos do município. A iniciativa, desenvolvida em cinco cidades de Santa Catarina, tem parceria do Guia Manezinho e é pioneira no estado. Ela consistiu em promover caminhadas culturais conduzidas pelos próprios estudantes do ensino médio da rede.
As visitas iniciaram no Átrio Daví Barella Dávi, na Arena Condá. O espaço foi inaugurado em dezembro de 2017 para homenagear, eternizar e intensificar a solidariedade e o amor ao próximo e, principalmente, para contar a história do maior luto já presenciado por Chapecó, com o acidente que ocorreu com a Associação Chapecoense de Futebol em novembro de 2016, quando morreram 71 pessoas.
Os alunos seguiram ao prédio histórico da Prefeitura Municipal, edifício tombado pelo município, inaugurado em 1950 para servir de sede dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Atualmente, o prédio abriga o Museu de História da Arte de Chapecó (MHAC) e o Museu Antonio Selistre de Campos. No local, os estudantes visitaram as exposições e conheceram mais sobre a cultura e a história local.
O roteiro encerrou no Porto Goio-Ên, na divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Goio-Ên é um distrito de Chapecó, localizado no Vale do Rio Uruguai. Por ali, passaram os migrantes que vinham se instalar em Chapecó. O local também foi palco de uma importante fase histórica do município: o ciclo do extrativismo e da madeira, quando o transporte da madeira era feito com balsas nos períodos das cheias do Rio Uruguai. Hoje, é um ponto turístico que oferece diversos espaços de descanso e lazer. A estrutura possui bares, restaurantes, marina, prainha e uma tirolesa interestadual.
O coordenador do projeto em Chapecó e professor de Ciências Humanas, Cristiomar Golo, explicou que o principal objetivo da Caminha Cultural é a valorização do patrimônio cultural da cidade, enaltecendo os grupos étnicos e culturais que ajudaram na organização regional. A intenção também foi fazer os estudantes perceberem a importância de tais grupos na conjunção urbana, rural e histórica do município. Antes das visitas, os temas foram trabalhados em sala de aula. “A proposta é importante para os alunos compreenderem que a conjunção da sociedade se dá por diversas mãos e que a nossa região, apesar de ser planejada, teve contribuição de muitos grupos culturais e étnicos que fortaleceram e fortalecem a miscigenação e a identidade regional”, salientou o professor.
Para o intérprete de patrimônio e tutor do projeto Guia Manezinho, Rodrigo Stüpp, a iniciativa contribui para aumentar o senso de pertencimento dos alunos na comunidade. “As visitas são feitas não com olhar de turismo, mas para conhecer a memória do local. Quando conhecemos, defendemos. A ideia também é construir uma memória afetiva, entendendo a história do lugar e, com isso, tornar os alunos protagonistas e mais críticos”, disse.
O projeto iniciou em fevereiro com formação dos docentes da Escola S. Além de Chapecó, já promoveram as caminhadas culturais os municípios Criciúma e Lages. No próximo dia 20, Blumenau realiza a caminhada e, no dia 21, será a vez de Florianópolis.
Com informações da agência MB Comunicação